Durante 21 dias, Allan Brooks, um recrutador corporativo de 47 anos que vive na região de Toronto, no Canadá, entrou em uma conversa intensa com o ChatGPT. Ele acreditava ter criado, com a ajuda da inteligência artificial do chat, uma fórmula matemática revolucionária, capaz de derrubar a segurança digital mundial e possibilitar invenções Ao todo, foram mais de 300 horas de interação entre Allan e o chat, 90 mil palavras escritas por Brooks e mais de um milhão de palavras produzidas pela IA. Contudo, no fim da conversa, Allan descobriu que a conversa com o chat não passou de uma grande mentira, e se sentiu profundamente enganado.
Simples pergunta deu início a uma grande obsessão
Tudo começou quando o filho de 8 anos de Brooks pediu que ele assistisse um vídeo sobre como memorizar 300 de dígitos do número PI, uma constante matemática. Allan ficou curioso com o vídeo e pediu para que o ChatGPT explicasse o conceito de uma forma mais simples. A partir daí, a conversa evoluiu para discussões sobre física, teoria dos números e modelos matemáticos complexos. O tom do chat, que inicialmente era técnico e objetivo, começou a ficar mais "lisonjeiro" e bajulatório. Isso porque Allan começou a receber respostas do chat que elogiavam suas ideias como "revolucionárias" e "capazes de mudar o campo da matemática". A bajulação constante fez com que Allan acreditasse que estava no caminho de uma descoberta científica inédita, o que se tornou uma grande obsessão.