Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência: veja quem faz história

Mulheres são maioria nas etapas iniciais da pesquisa científica, porém sub-representadas em cargos de liderança e bolsas de produtividade

11 fev 2024 - 05h00
Pesquisadoras lideram na iniciação científica, mas enfrentam barreiras para alcançar o topo de carreira
Pesquisadoras lideram na iniciação científica, mas enfrentam barreiras para alcançar o topo de carreira
Foto: DC Studio/Freepik

As mulheres são maioria significativa na iniciação científica, detendo 60% das bolsas de pesquisa, mas essa predominância inicial cai nas etapas mais avançadas das carreiras. Apenas 35% das bolsas de produtividade, destinadas aos estágios superiores, são atribuídas a pesquisadoras, segundo dados da Capes e do CNPq.

Ainda assim, não faltam no Brasil exemplos de mulheres que rompem barreira no campo científico. Neste Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, vamos conhecer algumas figuras inspiradoras na pesquisa brasileira.

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Biomédica e doutora em patologia humana pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Jaqueline Goes de Jesus coordenou a equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil.

A cientista também foi membro da equipe liderada por pesquisadores ingleses que sequenciou o genoma do vírus Zika. Graças ao seu feito na ciência, a biomédica foi homenageada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), em 2021, onde recebeu a Comenda Zilda Arns 2020. Foi vencedora do prêmio Para Mulheres na Ciência 2023.

Letícia Mello Rechia, diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da farmacêutica Prati-Donaduzzi, lidera uma equipe de cerca de 360 pessoas. Ela cita o desafio de inovar na gestão do setor e nos projetos da indústria, que foi pioneira na comercialização do canabidiol no Brasil. 

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"Não vou dizer que não é pesado, mas adoro o que eu faço. Conciliar a vida profissional e pessoal tem seus desafios. Tenho dois filhos pequenos, mas o suporte que eu tenho em casa é fundamental para tudo dar certo", diz.

A astrofísica Duilia de Mello é vice-reitora e primeira mulher a ser professora titular na Universidade Católica da América, em Washington (EUA). Colabora com equipes da Nasa desde 1997 e é uma das autoras das imagens das profundezas do universo tiradas com o Telescópio Espacial Hubble.

Conhecida como a "Mulher das Estrelas", procura inspirar os jovens a seguir carreira científica. Atualmente, está conduzindo um projeto com astrônomos amadores, que usam seus próprios telescópios para captar imagens com tempo de exposição longo para estudar galáxias.

Débora Menezes fez história ao ser eleita a primeira mulher presidenta da Sociedade Brasileira de Física, assumindo o cargo no início de 2022. Professora titular na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), suas pesquisas se concentram na física de hádrons, explorando a interface entre a física nuclear de baixas energias e a física de partículas elementares.

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Destacada por sua participação em um projeto de 3,5 bilhões de dólares com a Nasa para o desenvolvimento de um satélite que será lançado em 2025, Vivian Miranda é a única brasileira no time e a primeira transexual a fazer pós-doutorado em astrofísica na Universidade do Arizona, onde também é pesquisadora.

Sônia Guimarães, primeira mulher negra a doutorar-se em física no Brasil, quebrou barreiras ao tornar-se a primeira professora negra no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) durante os anos 1990, uma época em que a instituição era exclusiva para homens.

Além de sua atuação acadêmica, Sônia é mantenedora da Faculdade Zumbi dos Palmares e se dedica a projetos voltados para o feminismo e a inclusão de minorias na academia brasileira.

Fonte: Redação Byte
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