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Como escolher a melhor memória RAM para o seu computador?

Quer comprar uma memória RAM nova? Fique atento e confira algumas dicas que vão além de frequências mais altas e maior capacidade para escolher o melhor modelo

2 mai 2024 - 12h36
(atualizado às 14h48)

A memória RAM, também conhecida como Random Access Memory (Memória de Acesso Aleatório), é um tipo de memória temporária responsável pela comunicação com o processador. Esse componente recebe e envia os dados das aplicações em execução de maneira rápida para o computador trabalhar harmonicamente. No entanto, você sabe como escolher a memória RAM na hora da compra?

Foto: AORUS / Canaltech

Com exceção das características padrão, como a capacidade e a frequência, o usuário precisa se atentar para outros fatores caso queira a melhor memória RAM para o computador. Informações a respeito de compatibilidade, latência, marcas confiáveis, etc, são fundamentais para evitar dor de cabeça.

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Para entender um pouco mais sobre os motivos por trás dessas escolhas e características, o Canaltech conversou exclusivamente com o Gerente de Tecnologia da Kingston Brasil, Iuri dos Santos. 

Aspectos gerais 

Antes de entrar nas particularidades da escolha de uma boa memória RAM, o usuário precisa ter conhecimento de outras peças do computador. Por exemplo, certos processadores mais recentes são compatíveis com módulos de memória RAM DDR4 e DDR5, mas as placas-mãe só suportam um tipo de memória, portanto não há como encaixar qualquer pente de memória RAM em qualquer motherboard.

Até mesmo as memórias de notebook têm sua compatibilidade própria (Imagem: Divulgação/Kingston)
Foto: Canaltech

O ato de compra da memória RAM só deve ser realizado após o usuário ter certeza de qual processador e placa-mãe irão compor o sistema. Há outros detalhes, como se o tamanho dos pentes pode impedir o acesso a alguma conexão, ou até mesmo impedir a instalação de um air cooler. 

Inclusive, outro ponto de atenção importante diz respeito ao aspecto físico das memórias. Os pentes de memória RAM para desktops são maiores, enquanto os para notebooks possuem um formato pequeno. Certifique-se de não comprar o pente errado, pois esses formatos não são retrocompatíveis.

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Tipo de memória (DDR4, DRR5...)

Aqui no Canaltech, nós já explicamos o significado do famoso DDR (Double Data Rate). Essa tecnologia foi criada para fazer com que a memória RAM entregue e receba os dados na subida e descida das ondas, dobrando a frequência real de operação.

Mas além de ser uma tecnologia, o DDR também serve para indicar ao consumidor sobre a geração da memória RAM. Lançado em 2000, o DDR foi a primeira geração, seguido pelo DDR2 em 2003 e o popular DDR3 em 2007. 

Todas essas gerações já foram substituídas por formatos atuais. Alguns tipos, como o DDR3, ainda são vendidos para repor peças de computadores antigos, mas as gerações atuais compreendem o DDR4 (2014) e o DDR5 (2021). A respeito do que vale mais a pena, o Gerente de Tecnologia da Kingston diz que tudo é uma questão do que usuário tem a sua disposição e a relação com preços, mas comenta que pode ser bom investir no DDR5 por conta da queda de preços e o fato de ter um componente atualizado.

Entender corretamente a geração da memória é imprescindível para não gerar problemas de compatibilidade. Por exemplo, uma placa-mãe atual com chipset AMD ou chipset Intel que suporte o DDR5 não pode receber pentes DDR4.

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Da mesma forma, uma placa-mãe com slots DDR4 não suporta módulos DDR3 e assim sucessivamente. O DDR não é uma tecnologia retrocompatível. Ela só funciona quando placa-mãe, processador e memória conversam entre si.

Mesmo que o tamanho dos módulos DDR4 e DDR5 sejam iguais, essas peças não encaixam em slots diferentes dos seus (Imagem: Reprodução/Corsair)
Foto: Canaltech

Além da diferença de tecnologia em si, os pentes de memória DDR4 e DDR5 são fisicamente diferentes. Na parte inferior do módulo há diversos pinos dourados, contudo a posição de encaixe muda conforme a geração. Isso faz com que não seja possível encaixar um pente de uma determinada geração no slot de outra. Fazer força para encaixar quebraria o módulo de RAM e/ou o slot da placa-mãe. 

Capacidade da memória RAM 

A capacidade da memória RAM define quantos gigabytes o pente ou conjunto de pentes do sistema terá. Antes mesmo de definir quanto você vai precisar de memória RAM, é importante se atentar para quantos GB a placa-mãe suporta. Hoje em dia, grande parte das motherboards suporta até 192 GB, enquanto alguns modelos mais novos são compatíveis com até 256 GB.

Para o consumidor doméstico, os valores máximos recomendáveis giram entre 32 e 64 GB de RAM, e mesmo assim esses são números muito mais utilizados por engenheiros e profissionais do que pelo usuário médio. Para esse público mais simples, a configuração de 8 a 16 GB é mais comum, embora muitos computadores e notebooks ainda venham com 4 GB de memória RAM, algo que não é nada recomendado para os padrões atuais. 

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Hoje, já é recomendado que os usuários utilizem 8 GB de RAM mesmo em aplicações mais simples, pois o nível de tecnologia está mais avançado. Como aponta Iuri dos Santos, até mesmo a chegada de processadores com inteligência artificial integrada requer mais recursos do sistema. Contudo, o especialista salienta que 16 GB de RAM já é uma opção a ser considerada fortemente pelo usuário médio, por conta da quantidade de dados armazenados nessa memória.

"Quando ficamos em dúvida se precisa de mais ou menos memória, é justamente pensando nisso: quantas coisas quero que estejam abertas e disponíveis simultaneamente? E é isso que vai medir a capacidade de memória que eu preciso", ressalta Iuri dos Santos.

A memória RAM pode armazenar dados total ou parcialmente em seus módulos, mas apaga tudo assim que o PC desliga (Imagem: Alexander Eremin/Unplash)
Foto: Canaltech

Os 16 GB também são o ponto de partida para gamers e profissionais que estão começando no ramo, dada a exigência de jogos modernos e softwares de trabalho. Contudo, o Gerente de Tecnologia da Kingston Brasil alerta para os 32 GB, que são uma boa média para o público que quer mais segurança e longevidade.

Dobrar a capacidade e ir para 64 GB também não está descartado, mas somente em usos mais extremos, como por profissionais avançados em apps exigentes.

Frequência 

Após o fator capacidade, a frequência é a característica mais popular nas memórias RAM e algo que pode mostrar uma indicação de mais desempenho. Nas palavras de Iuri dos Santos, a frequência representa "quantos ciclos por segundo a memória recebe e envia de informação".

Em uma explicação prática, dizer que uma memória tem 2.666 MHz significa que aquele componente trabalha em 2.666,00 milhões de ciclos por segundo. Teoricamente, quanto maior a quantidade de MHz ou MT/s, mais rápida é a memória e o desempenho. Inclusive, o padrão DDR altera o nível das frequências. No DDR4 era possível chegar em algo próximo de 3.600 MHz de fábrica, enquanto o DDR5 permite mais de 8.000 MT/s em diversos módulos.

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No entanto, por mais que a frequência seja indicadora de desempenho e informe o número de ciclos que a RAM recebe ou envia, esse número sozinho não significa tanto. O especialista da Kingston afirma que comprar uma memória que tenha o dobro de frequência da outra não trará 2 vezes mais desempenho, mas sugere sempre comprar memórias que casem com o máximo permitido pelo computador.

"É o que eu sempre digo. Veja a configuração [de RAM] que o seu computador aceita e use o máximo dela. [...] Porém, é aquela questão de capacidade que já expliquei. O quanto eu quero abrir ou rodar de aplicações para o meu computador operar bem?", comenta o Gerente de Tecnologia da Kingston Brasil.

Memórias com frequências mais altas são geralmente bem mais caras, portanto tenha ciência da sua necessidade (Imagem: Reprodução/XPG)
Foto: Canaltech

Dessa forma, é seguro dizer que você deve saber delimitar o uso do seu computador. Usos mais intensos, como em games e softwares complexos, podem fazer bom uso de frequências altas.

Por outro lado, o ganho de performance em atividades de menor impacto no sistema, como tarefas cotidianas, pode não compensar o investimento feito em uma RAM de frequência e valor mais alto. 

Latência 

Passando para um aspecto mais aprofundado e recomendado para o público experiente, a latência é sempre um tópico de debate. Por definição, a latência é o tempo que a memória RAM leva para executar um comando, seja no envio ou no recebimento dos dados. Teoricamente, quanto menor a latência, maior é a rapidez na comunicação.

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Lembre-se que RGB e beleza não significam um produto melhor (Imagem: Divulgação/TeamGroup)
Foto: Canaltech

A latência é conhecida como CL (CAS Latency) e varia conforme marca, fabricante, geração, etc. Por exemplo, a memória usada no setup de testes do Canaltech é uma Kingston Fury Renegade de 32 GB DDR5 a 6.400 MT/s e CL38. Esse CL38 significa que a nossa memória pode realizar 38 ciclos entre a troca de informações na onda da frequência dos 6.400 MT/s, segundo Iuri.

Todavia, há uma espécie de pegadinha nas latências, como brinca o especialista da Kingston. É perceptível que quanto mais aumentamos a frequência, a latência também sobe. Por exemplo, uma RAM DDR4 de 16 GB e 3.000 MHz pode ser CL16, enquanto um módulo de mesma marca no padrão DDR5 16 GB a 7.000 MT/s é CL40. Isso pode induzir o consumidor a pensar que essa memória DDR4 tem uma latência menor e é melhor que o DDR5, mas não é verdade.

Lembre-se que ao lado do CL fica a frequência e, neste caso, a frequência mais do que dobra no comparativo. Portanto, nem a frequência e nem a latência sozinhas são indicativos de performance. Você deve sempre comparar o conjunto, a totalidade, e nunca as partes de maneira individual. 

Canais de comunicação 

Uma das principais recomendações na hora de comprar a memória RAM é sempre comprar dois ou mais pentes que totalizam a capacidade almejada, e nunca apenas um pente. Por exemplo, é melhor investir em dois pentes iguais de 8 GB do que apenas um de 16 GB. Mas por qual motivo?

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Ao instalar a memória RAM na placa-mãe, o sistema envia e recebe as informações por meio de canais de comunicação. Quando colocamos apenas um pente no computador, há apenas um canal ativado. Quando dois pentes são inseridos, dois canais são ativados, melhorando a comunicação. A isso se dá o nome de dual-channel.

Os canais são como uma pista de tráfego para os dados. A recomendação de usar dois módulos de 8 GB e não apenas um de 16 GB é que esses dois canais conseguem passar mais informações, pois estão divididos. Isso facilita a troca de dados e dá mais desempenho nos PCs, chegando a ter uma diferença bem considerável contra a utilização de apenas um canal, o single-channel.

O dual-channel é uma das técnicas mais indicadas em qualquer computador (Imagem: Patrick Pahlke/Unsplash)
Foto: Canaltech

A única recomendação é ter um pouco mais de cuidado ao instalar quatro pentes de RAM e realizar o quad-channel. Já temos um conteúdo específico sobre esse assunto, mas tudo tem relação com a quantidade de bits nos módulos de memória e como esses canais podem ficar "engarrafados" com tanta informação. De todo modo, como alerta Iuri e os guias de montagem de PCs do Canaltech, sempre que possível faça o dual-channel. Essa tecnologia estabiliza seu uso diário e em aplicações complexas sem doer tanto no bolso.

Marcas de memória RAM confiáveis

Por fim, é preciso comentar sobre confiança. De nada adianta comprar uma memória RAM atualizada, fazer dual-channel, se preocupar com especificações e comprar um produto de origem e fabricação questionável.

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É muito importante comprar produtos de confiança e marcas renomadas, como as memórias RAM da Kingston, Corsair, TeamGroup, Crucial, XPG, G.Skill, Hynix, Micron, Samsung e Lexar. Todas essas empresas têm muita credibilidade na indústria e possuem bom sistema de garantia e fabricação. Além disso, mesmo que sejam marcas de renome, possuem produtos acessíveis para públicos com menor orçamento.

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