Como a Inteligência Artificial está mudando o mercado de buscas

Se alguém será capaz de aproveitar a brecha, só o tempo dirá

25 mai 2024 - 06h30
Resumo
A Inteligência Artificial pode afetar significativamente o mercado de buscas, dando às empresas desafiantes uma chance de obter um pedaço dos lucros do Google, que vem em grande parte dos anúncios de buscas.
Foto: Unsplash

Como a Inteligência Artificial pode alterar completamente o mercado de buscas, e porque isso importa, principalmente pra uma empresa que você já sabe qual é.

Afinal, o Google faturou 308 bilhões de dólares ano passado, e a maior parte desse valor, 56% pra ser exato, vem de anúncios no buscador da empresa.

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Só que existem informações para as quais os super chatbots, como o ChatGPT e o próprio Gemini do Google, são muito mais eficientes.

Peça por exemplo para comparar matriz de atividade econômica e PIB per capita dos estados do Centro-Oeste do Brasil, ou mesmo fontes de receita por segmento de Microsoft, Google e Apple.

Tudo isso está na web, mas espalhado em vários lugares diferentes. A busca do Google consegue apontar diversos artigos, que terão que ser lidos, organizados e compilados pelo usuário.

Só que os chatbots de IA já fazem isso, apresentando a informação limpa e estruturada da maneira que o usuário desejar, seja em bullet points, seja num texto com 1000 palavras. É mais simples, mais rápido. É o que a IA faz por nós.

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Mas é ruim pro Google, porque não sobra muito espaço pros anúncios, e é daí que vem a grana.

Claro, não afeta tudo, se você estiver procurando um restaurante mexicano aberto agora em Curitiba, Google ainda é o canal, mas mesmo 10% de mudança de direção no mercado faz uma diferença enorme pra todos os envolvidos, tanto o incumbente quanto os desafiantes. Que são quais mesmo?

Um monte de gente. Microsoft Bing com Co-pilot, Perplexity, que vale a pena experimentar, WhatsApp AI que está chegando, Snapchat AI, surpreendentemente grande nos Estados Unidos, e até o vai-não-vai da OpenAI, que dependendo do dia afirma que vai lançar ou não um buscador.

Portanto, o mercado que hoje tem um dono, competente, altamente capitalizado e que já mostrou entender o risco pros seus negócios, está novamente aberto. Se alguém será capaz de aproveitar a brecha, só o tempo dirá.

(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, de soluções digitais.

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