Um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciência e Engenharia de Águas Profundas da China (IDSSE) publicou na revista científica Nature, nesta quarta-feira, 30, uma descoberta impressionante para a biologia marinha. Eles se depararam com diversas plantas florescentes e mariscos raros, durante uma série de viagens a cerca de 9km de profundidade.
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Segundo os relatos publicados no texto, essas formas de vida se alimentam por meio de um processo conhecido como quimiossíntese, em que eles não precisam de materiais orgânicos para sobreviver, mas sim transformam quimicamente os elementos do ambiente em energia.
"Comunidades baseadas em quimiossíntese representam um exemplo notável da capacidade da vida de se adaptar e prosperar em algumas das condições mais extremas da Terra", diz o texto.
De acordo com os pesquisadores, essas descobertas desafiam os modelos atuais de vida em limites extremos e de ciclagem de carbono no oceano profundo.
"O que torna nossa descoberta inovadora não é apenas sua maior profundidade, mas a surpreendente abundância e diversidade de vida quimiossintética que observamos", disse Mengran Du, do IDSSE da China.
Na publicação, ele explica que outras formas de vida já haviam sido descobertas em grandes profundidades, mas que nenhuma delas se alimentava com quimiossíntese.
"Ao contrário de grupos isolados de organismos, esta comunidade prospera como um oásis vibrante no vasto deserto do fundo do mar", acrescentou Mengran.
No texto, o pesquisador explica que os principais animais encontrados eram dois: vermes tubulares vermelhos, cinza ou brancos, e mariscos brancos. Segundo ele, inclusive, algumas dessas espécies eram até então desconhecidas.
"Mesmo vivendo nos ambientes mais hostis, essas formas de vida encontraram uma maneira de sobreviver e prosperar", disse.
A expedição aconteceu na Fossa das Curilas-Kamchatka e na Fossa das Aleutas ocidentais, no noroeste do Oceano Pacífico, próximo aos limites à leste da Rússia. Para chegar a essa profundidade, eles foram inseridos no submersível tripulado Fendouzhe.