Se Fallout e Silo nos ensinaram alguma coisa à cultura pop, é que o fim do mundo pode ser longo, burocrático e, de uma forma não tão agradável, até habitável. Nos games e na série do Prime Video ou nos livros e série do Apple TV, os Vaults e os Silos são verdadeiras cápsulas do tempo: bunkers capazes de sustentar gerações inteiras por décadas, às vezes séculos, até que o planeta esteja "seguro" novamente. O problema é que nada disso se sustenta quando a ficção dá lugar à ciência.
A pergunta é simples e perturbadora: por quanto tempo um abrigo nuclear real precisa funcionar? A resposta, segundo Alex Wellerstein — historiador especializado em armas nucleares e criador do simulador NUKEMAP —, está muito longe da fantasia vendida por Fallout, Silo e afins.
Em entrevista à WIRED, Wellerstein foi direto ao ponto: a maioria dos abrigos nucleares do mundo real não foi projetada para sustentar a vida humana por anos. Nem meses. Em muitos casos, o tempo estimado de permanência é de duas semanas e, dependendo da situação, ainda menos. Isso porque o objetivo principal desses espaços não é esperar o mundo voltar ao normal, mas atravessar o período mais crítico após uma explosão nuclear.
A verdade não é tão divertida como no entretenimento, porém segue uma lógica bem objetiva. A radiação da chamada precipitação radioativa cai drasticamente nos primeiros dias após a detonação. Quanto mais tempo passa, menor é o risco. O abrigo serve como um escudo temporário, não como um lar definitivo. A ...
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