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Taxista e dono de ferro-velho: os personagens suburbanos do galã Francisco Cuoco

Ator nascido no Brás eternizou os personagens populares Carlão, o taxista, e Denizard, do ferro-velho

19 jun 2025 - 21h10
(atualizado às 21h21)
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Resumo
Francisco Cuoco deu vida a dois personagens emblemáticos do povo nas novelas Pecado Capital, de 1975, e O Outro, de 1987. Ambos retratam o trabalhador da periferia, com humanidade, honestidade e crítica social.
Francisco Cuoco como o personagem Carlão, da novela Pecado Capital, de 1975, escrita por Janete Clair.
Francisco Cuoco como o personagem Carlão, da novela Pecado Capital, de 1975, escrita por Janete Clair.
Foto: Divulgação

Francisco Cuoco, que morreu aos 91 anos, veio de uma família humilde do bairro do Brás, em São Paulo, filho de um feirante e de uma dona de casa. Ajudava o pai na feira, se encantava com circos mambembes e, ao chegar às telenovelas, interpretou dois personagens emblemáticos do povo: um taxista e um dono de ferro-velho.

Em Pecado Capital, novela de 1975 escrita por Janete Clair, Cuoco viveu Carlão, um taxista honesto, trabalhador e morador da periferia do Rio de Janeiro. Protagonista da trama de enorme sucesso, Carlão morreu no último capítulo, com três tiros, embalado por um samba de Paulinho da Violacena que comoveu o país.

A morte de Carlão é uma das mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira, comparável a momentos icônicos como a morte de Odete Roitman. “O Carlão tinha essa generosidade, essa coisa de olhar para o semelhante e ver o semelhante. Não era um estranho para ele, era um igual. Acho que ele tinha a mágica do personagem popular.”

O extinto Vídeo Show chegou a levar Francisco Cuoco de volta ao local da gravação da cena, no Largo da Carioca, quando a estação de metrô ainda estava em obras. “Era uma obra gigantesca, um buraco que não tinha fim, tábua, prego, gente. Era cru e cabia para a cena”, lembrou o ator.

Dono de ferro-velho perde memória, mas mantém valores morais

Denizard perde a memória, deixa de ser dono de ferro-velho e vira empresário, mas mantém valores morais.
Denizard perde a memória, deixa de ser dono de ferro-velho e vira empresário, mas mantém valores morais.
Foto: Divulgação

Doze anos depois, em 1987, Cuoco interpretou outro personagem popular: Denizard, um homem simples e morador do subúrbio carioca, dono de um ferro-velho, na novela O Outro. Também protagonista, Denizard é um retrato realista da classe trabalhadora.

Se Carlão enfrenta um dilema ético ao encontrar uma mala de dinheiro de um assalto — e opta por guardá-la, com consequências trágicas —, Denizard mantém seus valores intactos. Mesmo ao assumir, por engano, a identidade de um empresário rico após perder a memória, ele não se corrompe.

O recado do personagem é claro: o pobre pode ser mais nobre que o rico — uma crítica direta à elite. Símbolo de sabedoria popular e integridade, Denizard mantém um comportamento ético inabalável. Já Carlão, cada vez mais paranoico pela culpa, morre ao tentar devolver o dinheiro.

Nos dois casos, o talento de Francisco Cuoco deu profundidade e humanidade ao homem comum brasileiro.

Fonte: Visão do Corre
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