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Feira distribui “moeda literária” para compra de livros na periferia de SP

No ano passado, foram ofertados R$ 30 mil a estudantes de escolas públicas da região do Campo Limpo, zona sul da capital

17 set 2025 - 07h33
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Resumo
A Feira Literária da Zona Sul (FELIZS) é uma das precursoras na periferia. Reúne 60 expositores, 26 voltados ao artesanato e gastronomia. Entre as atrações, o tradicional Sarau do Binho, que fará apresentação extra no Museu da Língua Portuguesa. FELIZS espera receber 10 mil pessoas.
Moedas literárias começaram a ser distribuídas em 2018 e virara uma das marcas da Feira Literária da Zona Sul (FELIZS).
Moedas literárias começaram a ser distribuídas em 2018 e virara uma das marcas da Feira Literária da Zona Sul (FELIZS).
Foto: Thais Siqueira

A 11ª edição da Feira Literária da Zona Sul (FELIZS) coloca novamente em circulação uma ideia genial: a distribuição de “moedas literárias” para que estudantes de escolas públicas possam comprar livros. A meta para este ano, com arrecadação de fundos ainda rolando, é distribuir R$ 40 mil – no ano passado, foram R$ 30 mil.

A FELIZS é uma das feiras literárias periféricas pioneiras do país. Acontece tradicionalmente na praça do Campo Limpo, zona sul de São Paulo. Os organizadores preveem 10 mil visitantes e a “moeda literária” é para evitar que crianças vejam livros, mas não possam comprar, e que expositores não passem o dia na feira sem vender nada.           

Este ano nós perdemos alguns apoios, a gente está bem pobre de dinheiro. Tem uma parte garantida da moeda literária, mas vamos com a campanha até o final para ver onde a gente pode chegar. A gente quer garantir que crianças possam comprar um livro”, diz Suzi Soares, produtora e uma das curadoras da FELIZS.

Organização quer que estudantes de escolas públicas frequentem a feira e comprem livros que escolherem.
Organização quer que estudantes de escolas públicas frequentem a feira e comprem livros que escolherem.
Foto: Suzi Siqueira

Moeda literária estimula comércio de livros na periferia

A primeira distribuição de moedas literárias foi em 2018, com R$ 7 mil. Elas são distribuídas em escolas públicas da região do Campo Limpo, que visitam a Feira. Este ano, 17 ônibus estão confirmados. “A moeda literária propicia o contato direto com editoras e autores, eles discutem as obras, rolam negociações sobre valores, baixam o preço, os estudantes emprestam moedas uns para os outros”, explica Suzi.

Quando as delegações das escolas chegam à Feira, os professores recebem moedas literárias e distribuem aos estudantes, que saem comprando. “Eu tenho depoimentos de editoras e autores de que é uma das feiras mais esperadas, porque é uma das que mais vendem”, conta Binho, do tradicional Sarau do Binho, que está diretamente envolvido na FELIZS e este ano fará apresentação extra no Museu da Língua Portuguesa.

Sabendo do potencial, editoras se preparam para atrair a atenção de quem tem moeda literária, com brindes e balinhas. Mas há quem não precise de incentivo, como o estudante que, no ano passado, queria comprar todos os cordéis sobre Lampião disponíveis na FELIZS. Os amigos ajudaram a completar o valor necessário, ele levou tudo para casa.

A negociação entre estudantes, editoras e autores é um dos pontos altos do uso da moeda literária: não é só comércio, é troca.
A negociação entre estudantes, editoras e autores é um dos pontos altos do uso da moeda literária: não é só comércio, é troca.
Foto: Suzi Soares

Feira não faz “homenagem”, mas “mulheragem” a ativista

Com o tema Memória e Resistência, a edição de 2025 presta uma “mulheragem” especial a Ana Dias, símbolo de resistência popular na zona sul de São Paulo. Ativista, educadora popular e liderança de grupo de mães, ela é viúva de Santo Dias, líder operário assassinado em 1979 pela ditadura militar, durante um piquete em Santo Amaro.

Ana assumiu o compromisso de manter viva sua memória e luta. Militante nas Comunidades Eclesiais de Base, ela e o marido haviam migrado do interior para o Jardim Ângela no fim dos anos 1960, engajando-se nas causas dos trabalhadores urbanos e rurais.

A esposa fortaleceu a atuação política do marido e a sua, lado de outras mulheres, organizando clubes de mães, como o de Santa Margarida, e participando do Movimento do Custo de Vida, que enfrentava as políticas econômicas da ditadura.

Dinha é poeta e editora, uma das fundadoras da Me Parió Revolução, voz potente da chamada "literatura periférica".
Dinha é poeta e editora, uma das fundadoras da Me Parió Revolução, voz potente da chamada "literatura periférica".
Foto: Thais Siqueira

Serviço:

A 11ª edição da Feira Literária da Zona Sul (FELIZS) acontece entre 19 e 27 de setembro, na praça do Campo Limpo, das 11h às 22 h.

 A programação gratuita ocupará escolas, bibliotecas, centros culturais, Sesc Campo Limpo e outros espaços.

Evento presta tributo à ativista e educadora Ana Dias e traz nomes como Lilia Guerra e Cidinha da Silva na programação.

Fonte: Visão do Corre
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