Uma loira, outra asiática: irmãs gêmeas de pais diferentes foram criadas como primas e sem mãe
Meninas são frutos de caso raríssimo de superfecundação heteropaternal, assunto já abordado pela Netflix no Brasil em série com Juliana Paes
Libby e Zabrina chocaram as redes sociais ao postar que são irmãs gêmeas de pais diferentes. Libby tem ascendência asiática e cabelos e olhos castanhos, enquanto a irmã é branca, loira e tem olhos azuis. A gestação das duas foi um caso raro de superfecundação heteropaternal.
De acordo com vídeo publicado por elas no TikTok, a mãe namorou o pai de Libby e depois teve um caso com o pai de Zabrina. Após o parto, a mãe perdeu a custódia das filhas, que ficaram com seus respectivos pais, que decidiram que iriam criar as meninas como primas.
Quando as meninas completaram 11 anos de idade, os pais revelaram que elas eram irmãs gêmeas. “Eles não achavam que poderíamos processar as informações e não queriam nos contar na infância. Imagine que você tem uma prima e depois descobre que são gêmeas!”, disse Libby.
A dupla disse que nunca suspeitou de nada, apesar de fazerem aniversário no mesmo dia, pois são muito diferentes. Atualmente, elas ainda vivem cada uma com seus pais, mas se veem com frequência.
@zabibby Literally look it up if you dont believe us #heteropaternalsuperfecundation #interacialtwins #twin #fypage ♬ original sound - Libby&Zabrina
Superfecundação Heteropaternal
Recentemente, o assunto foi pauta da série “Pedaço de Mim”, na Netflix, estrelada por Juliana Paes. A atriz deu vida a Liana, personagem que engravida de gêmeos, filhos de dois homens diferentes.
Para entender sobre a condição, o Terra Você conversou com o ginecologista obstetra especialista em reprodução humana, Waldemar Carvalho, que explicou esse tipo de gestação extremamente rara em humanos.
Curiosidades sobre irmãos gêmeos: probabilidades e características
“Pode acontecer quando uma mulher que está ovulando, mantém relações sexuais com diferentes homens em um curto período de tempo. Um óvulo é fertilizado por um dos parceiros, e o outro óvulo pelo parceiro seguinte”, diz o especialista.
O médico conta que a predisposição genética para ovulação múltipla pode estar presente em algumas mulheres, especialmente se houver histórico na família de gravidez gemelar (gêmeos não idênticos ou bivitelinos).
Atualmente, são conhecidos apenas cerca de 20 casos no mundo, segundo uma investigação do laboratório do Grupo de Genética de Populações e Identificação da Universidade Nacional da Colômbia.
É importante não confundir a gestação heteropaternal com a gestação de gêmeos bivitelinos, também conhecidos como gêmeos fraternos. Porém, nos dois casos, os bebês se desenvolvem em placentas diferentes. O médico explica que situações assim são difíceis de diagnosticar em exames de imagem.
“O exame pode trazer algumas suspeitas, como por exemplo, quando um bebê está crescendo mais do que o outro. Mas mesmo assim, isso não é um fator conclusivo, pois também pode acontecer em uma gravidez gemelar de um pai só. Então durante a gestação, não tem como fazer a identificação”, afirma o obstetra.
Quanto aos avanços da medicina que permitem descobrir a paternidade de alguns bebês ainda durante a gestação, já existem exames de DNA que podem ser realizados a partir da nona semana de gravidez. Porém, alguns médicos não recomendam, pois há risco de aborto, sangramento vaginal, contração uterina, perda de líquido amniótico, infecção, falha do procedimento e transmissão de infecção.
