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Índios são picados por 200 formigas em ritual; saiba mais

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Priscila Tieppo
Direto de Maués (Amazonas)

"O pequeno Curumim pede para que seja realizado com ele o ritual da tucandeira, pois desejava ser um grande guerreiro. Aos 14 anos, ele é preparado para o ritual e no dia marcado, uma luva com formigas tucandeiras encontradas na mata é colocada na mão do menino que aguenta as picadas por um tempo". Esta é uma parte da lenda do guaraná, contada desde sempre pelos índios da tribo Saterê-Mawé. Apesar de ser um ritual dos antigos, a história se repete até hoje.

Na passagem da infância para a fase adulta os índios realizam este ritual, pois acreditam que com ele se tornam guerreiros, caçadores, mais saudáveis e podem ser agraciados com um casamento.

Ademir de Oliveira Paz, de 36 anos, já passou por este ritual 15 vezes. Ele conta que cada integrante da tribo pode fazê-lo até 30 vezes e para cada uma delas há um motivo. Ele mostrou as mãos sem marcas e disse que ritual é "muito bom". "Não dói muito não. Faz bem para nós, para ter saúde, ser bom caçador, pescador, cura as doenças", explicou. Porém, há relatos de que algumas crianças acabam tendo febre e passam mal após o rito.

Ademir trabalha há 4 anos na Fazenda Santa Helena, em que as plantações são todas de guaraná. Ele tem quatro filhos e fica distante duas horas e meia de sua tribo para trabalhar em Maués. "Vou sempre visitá-los", disse. Há uns 20 anos, os índios têm realizado o ritual também com as meninas. "Elas querem fazer, é bom", contou. Seria o desejo de "igualdade"?

Ritual

Os preparativos para o ritual da tucandeira começa cedo. Os índios entram nas matas e capturam as formigas. Para que elas não piquem ou fujam, eles preparam em um balde folhas de caju amassadas e água para "acalmá-las". Com as tucandeiras anestesiadas, os índios vão "costurando-as" em uma luva de palha com a parte traseira para dentro - onde tem o ferrão. Quando elas acordam, ficam aflitas para se soltar.

Quando o ritual começa, os índios dançam e cantam enquanto o iniciado acompanha com as luvas de palha nas mãos, recebendo as picadas por cerca de cinco minutos.

A festa acontece nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro.

O Terra viajou a convite da Ambev.

Índio diz que ritual é bom para a saúde
Índio diz que ritual é bom para a saúde
Foto: Fernando Cavalcanti / Divulgação
Fonte: Terra
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