Três Graças: O que é hipertensão arterial pulmonar, doença de Lígia, personagem de Dira Paes?
Em "Três Graças", novela das nove da TV Globo, Lígia, personagem de Dira Paes, sofre de uma doença grave conhecida como hipertensão arterial pulmonar (HAP), uma condição rara e grave que se caracteriza pelo aumento anormal da pressão nas artérias pulmonares.
"Os vasos são responsáveis por levar o sangue do coração aos pulmões para oxigenação. Esse aumento de pressão sobrecarrega o lado direito do coração, que precisa trabalhar mais para bombear o sangue, podendo levar à insuficiência cardíaca com o tempo. Trata-se de uma doença progressiva, mas que pode ter sua evolução controlada com o tratamento adequado e o diagnóstico precoce", explica a Dra. Michele Andreata, médica pneumologista da Saúde no Lar.
Quais são as causas e os sintomas?
A HAP pode ter causas diversas. Em alguns casos, ela é idiopática — ou seja, sem causa conhecida —, mas também pode estar associada a doenças autoimunes (como esclerodermia e lúpus), cardiopatias congênitas, infecções, uso de algumas medicações ou drogas, e doenças pulmonares crônicas.
"Os sintomas são, em geral, inespecíficos no início, o que dificulta o diagnóstico precoce. O paciente costuma apresentar falta de ar progressiva, especialmente aos esforços, fadiga, dor torácica, palpitações e, em estágios mais avançados, inchaço nos tornozelos e nos pés. Muitas vezes, o quadro é confundido com outras doenças respiratórias, como asma ou bronquite, retardando o tratamento", complementa a especialista..
Hipertensão arterial pulmonar tem cura?
A doença tem cura, mas, segundo a médica, os avanços no diagnóstico e no tratamento têm permitido que os pacientes vivam por muitos anos com boa qualidade de vida.
"O tratamento é individualizado e pode incluir medicamentos que dilatam as artérias pulmonares, reduzindo a pressão e melhorando o fluxo sanguíneo, além de drogas que atuam diretamente nos mecanismos da doença. Em alguns casos, é necessário o uso de oxigenoterapia, anticoagulantes e acompanhamento com fisioterapia respiratória", diz.
O suporte multidisciplinar — com pneumologista, cardiologista e, em casos avançados, equipe de cuidados paliativos — é essencial para garantir controle dos sintomas e preservação da autonomia do paciente.