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Separar recém-nascido da mãe pode causar problema intestinal

Estudo foi feito com roedores para estabelecer relação entre estresse, comportamento e microbiota intestinal

28 jul 2015 - 14h32
(atualizado às 16h01)
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A separação da mãe na infância provoca alterações na microbiota (microorganismos) intestinal do bebê, que podem causar o desenvolvimento de transtornos de comportamento que persistem até a idade adulta, segundo um estudo realizado com roedores, publicado na revista Nature Communications. 

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Foto: iStock

Os episódios traumáticos durante a infância estão associados a um maior risco de desenvolver doenças psiquiátricas, metabólicas e intestinais na idade adulta, embora os mecanismos pelos quais é produzido este fenômeno em patologias tão diversas são desconhecidos, segundo o espanhol Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC).

Yolanda Sanz, do Instituto de Agroquímica e Tecnologia de Alimentos do CSIC, detalhou que o estresse prolongado ocasionado pela separação da mãe em roedores recém-nascidos provoca uma disfunção no eixo hipotálamo-pituitário-adrenal, um dos principais sistemas de controle neuroendócrino do organismo. "Isto, por sua vez, ocasiona alterações em diversas funções fisiológicas afetando, entre outros, o sistema nervoso central e as emoções", explicou.

Segundo a cientista, neste trabalho ficou demonstrado que a separação da mãe na infância provoca alterações na composição e funções da microbiota intestinal relacionadas a sínteses de neurotransmissores.

Estas alterações, por sua vez, são responsáveis pelo desenvolvimento de transtornos do comportamento como a ansiedade, o que poderia aumentar o risco de desenvolver doenças psiquiátricas como a depressão na idade adulta.

Neste estudo foram usados ratos livres de germes e ratos convencionais para poder estabelecer uma relação causal entre o estresse, os transtornos de comportamento e a microbiota intestinal.

Assim, ficou constatado que enquanto algumas das alterações neuroendócrinas produzidas pelo estresse crônico são independentes da presença de microbiota, esta é essencial para o desenvolvimento de alterações do comportamento, atuando como fator causador da ansiedade.

Os resultados do trabalho, liderado pela Universidade McMaster do Canadá, poderiam ser aplicados em um futuro para melhorar o estado da saúde mental e reduzir o risco de desenvolver patologias psiquiátricas mediante a modulação da microbiota intestinal através da dieta, por exemplo, através da administração de bactérias beneficentes conhecidas como probióticos, segundo o CSIC.

EFE   
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