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20% dos brasileiros não vão ao dentista por falta de grana

Dado gera polêmica, pois segundo especialistas, prevenir problemas bucais só depende de escova, pasta de dente e boa vontade

19 out 2016 - 08h00
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Dados do Conselho Federal de Odontologia indicaram que cerca de 20% dos brasileiros não vão ao dentista por falta de dinheiro. Esse dado levanta uma questão interessante e nos faz pensar: é realmente muito caro cuidar da saúde bucal? 

O que de fato pode ser considerado “caro” na área da odontologia são os tratamentos estéticos, mas a especialista não os considera necessidade básica para ter um sorriso saudável
O que de fato pode ser considerado “caro” na área da odontologia são os tratamentos estéticos, mas a especialista não os considera necessidade básica para ter um sorriso saudável
Foto: 3dfoto / Shutterstock

Para Juliana Alethusa, cirurgiã-dentista e especialista em periodontia da Clínica Allegra Odontologia, a resposta para essa pergunta é não.  

“Eu não acredito que cuidar dos dentes está tão caro em comparação com outros gastos. É uma questão mais cultural e de prioridades em que a pessoa prefere gastar dinheiro com outras coisas, muitas vezes supérfluas, do que com um tratamento odontológico de saúde. Só que elas não entendem que tratar os dentes é saúde, e não estou falando da parte estética, que realmente é mais caro”, diz a especialista. 

Para reforçar essa tese, ela nos lembra que doenças bucais podem estar diretamente ligados a problemas de saúde mais sérios. “Pessoas com problemas periodontais têm dificuldade para controlar diabetes, pessoas com problema de canal ou infecções podem desenvolver doenças do coração e assim por diante”, diz a dentista. 

Prevenção

Mas engana-se quem pensa que cuidar dos dentes é recorrer a tratamentos emergenciais para tratar problemas graves. Talvez isso fique mais caro mesmo, mas não é assim que a coisa deveria funcionar. Cuidar dos dentes de verdade é prevenção e essa prática não tem nada de cara. 

“A prevenção é sempre o caminho mais fácil em todos os âmbitos da saúde e com a saúde bucal não é diferente. E prevenir não é difícil nem caro, basta utilizar a escova e o fio dental corretamente”, diz Juliana. 

Uma prevenção bem feita é sinal de economia para todo mundo, pois gera custos menores ao governo e também gastos menores para a população. “Os procedimentos para recuperação de uma má saúde oral são muito mais caros do que os que existem para preveni-los”, diz a especialista. 

Hora de mudar o conceito

Para Juliana, os dentistas e o governo devem focar em mudar o conceito que a população têm sobre saúde bucal, no qual o dentista só é lembrando em casos urgentes, de dor estéticos, quando na verdade ele deveria ser visitado a cada seis meses para um check up de rotina. 

“A saúde bucal é tão importante quanto a saúde do coração, dos pulmões, da parte ortopédica, ou seja, a boca faz parte do corpo e é fundamental para o bom funcionamento dele”, diz 

O que é caro, afinal?

O que de fato pode ser considerado “caro” na área da odontologia são os tratamentos estéticos, mas a especialista não os considera necessidade básica para ter um sorriso saudável. 

“Os procedimentos mais caros são os clareamentos, as facetas de porcelana e etc. Mas eles servem mais para a pessoa se sentir bem do que propriamente para manter a saúde oral. São mais caros porque são para satisfação própria e para melhorar a autoestima, diferentemente da questão da odontologia como saúde”, diz a especialista. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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