Rinomodelação definitiva: quais os riscos do procedimento que deformou nariz de modelo
Cirurgião plástico explica quais as técnicas mais recomendadas, riscos, e cuidados a tomar
Nesta semana, a modelo Emille do Carmo viralizou nas redes sociais após relatar que teve o nariz deformado logo depois de fazer uma rinomodelação definitiva. A situação prejudicou sua autoestima, desencadeando crises de depressão, ansiedade e fobia.
Mas, afinal, o procedimento é seguro? Em entrevista ao Portal Terra, o cirurgião Rafael Paccanaro explicou que sim, mas há alguns riscos, justamente por causa do método utilizado.
Na rinomodelação, a alteração do nariz é feita com produtos injetáveis, desde os que são absorvidos pela pele, como o ácido hialurônico, até aqueles que não são, como substâncias sintéticas. Diferentemente, na rinoplastia a alteração da forma do nariz é feita por meio de cirurgia.
"Mudando as cartilagens e o osso do nariz, tendo também efeito definitivo. Ela é feita mudando essas estruturas internas do nariz, não com a colocação de substâncias", pontua o especialista.
Riscos da rinomodelação
De acordo com Paccanaro, no caso da rinomodelação definitiva, há um risco maior de haver uma rejeição por parte do organismo, justamente quando a substância usada for sintética.
"No caso da substância que é absorvida pelo organismo, o material é mais biocompatível, é o ácido hialurônico que a gente já tem no organismo", afirma.
O médico aponta, inclusive, que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, recomenda que se opte por procedimentos injetáveis que tenham substância mais biocompatíveis, pois o risco de rejeição é menor.
Há também a questão de obstrução sanguínea na área em que ocorreu a aplicação do produto, seja ele sintético ou absorvível, que pode levar a uma necrose do local. Isso ocorre quando a substância é injetada dentro do vaso sanguíneo ou próximo a ele, comprimindo-o e impedindo a irrigação da pele do nariz.
"A diferença é que esse tipo de intercorrência já acontece precocemente, logo após a aplicação. Tem que ser monitorado para visualizar se ocorre uma palidez da pele, alteração de sensibilidade, dor, e resfriamento da região. Já é identificado na sequência, não pode mandar o paciente embora", esclarece o cirurgião.
O especialista também explica que o problema do produto definitivo, nesse caso de obstrução, é que ele não tem como ser dissolvido, diferentemente do ácido hialurônico, que é o mais recomendado.
"[O ácido hialurônico] Já pode ser tratado após a aplicação, com a administração de uma substância que o dilui, que é a enzima hialuronidase", diz.
Essa enzima dissolve o ácido que foi aplicado tanto no vaso sanguíneo como próximo a ele, para fazer com que o sangue volte a circular naquela área. O tratamento pode ser realizado imediatamente após a aplicação.
"Para produtos definitivos, não tem uma substância que vai dissolver", acrescenta.
O cirurgião alerta para que os procedimentos estéticos e plásticos sejam feitos sempre com um bom e capacitado profissional para administrar a técnica, com materiais adequados e conhecimentos de sobra.