Ministério da Saúde recomenda teste em todos bebês para diagnóstico precoce de autismo
Pasta lançou nesta quinta-feira, 18, uma linha de cuidado para pessoas com TEA
BRASÍLIA- O Ministério da Saúde recomenda a partir de agora que todas as unidades de saúde do país façam um teste básico para identificar sinais de autismo em todas as crianças de 16 a 30 meses de idade.
A medida foi anunciada pelo ministro da Saúde Alexandre Padilha nesta quinta-feira, 18, com o lançamento da linha de cuidado para Transtorno do Espectro Autista (TEA), um documento que vai nortear as políticas de saúde relacionadas ao tema.
Para identificar sinais de TEA, os profissionais de saúde deverão aplicar o M-chat, um questionário de triagem presente na caderneta da criança. Entre as perguntas do teste estão questionamentos como:
- "Se você apontar para algum objeto no quarto, o seu filho olha para este objeto?"
- "O seu filho aponta com o dedo para pedir algo ou para conseguir ajuda?"
- "O seu filho fica muito incomodado com barulhos do dia a dia? (Por exemplo, seu filho grita ou chora ao ouvir barulhos como os de liquidificador ou de música alta?)"
Segundo o ministro, a orientação tem como objetivo diagnosticar precocemente crianças com TEA para oferecer os cuidados necessários.
"Assim como a gente tem uma recomendação do calendário vacinal, que vacinas têm de ser dadas a partir de tantos meses, isso é uma recomendação para que nas primeiras consultas já se observe alguma alteração sobre crescimento e desenvolvimento. E, a partir de 16 meses de idade, se aplique esse protocolo, esse instrumento de rastreamento", explicou o ministro.
De acordo com Padilha, 86% dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) acessam o prontuário eletrônico, o que facilita a aplicação do M-chat.
A pasta também vai destinar R$ 72 milhões para ampliação de serviços no escopo da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Além de atendimentos no âmbito do programa Agora tem Especialistas, o Ministério da Saúde vai credenciar 23 novos Centros Especializados em Reabilitação (CERs). Esses centros reúnem diversos profissionais de saúde que fazem uma abordagem multiprofissional para o tratamento dos pacientes. Atualmente, o Brasil tem 326 CERs.
Conforme dados apresentados pelo Ministério da Saúde, 1% da população brasileira vive com TEA. Desses, 71% apresentam também outras deficiências.
" (É preciso) Entender que todos os serviços do SUS têm que estar preparados para acolher, em algum momento, alguém que tem TEA", disse o ministro.
Padilha também destacou a importância de os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) se prepararem para atender esse público. O ministro frisou ainda que a pasta vai orientar as unidades básicas de saúde para que tenham um foco no atendimento a esses pacientes.