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Hermafroditismo pode ser curado com cirurgia

13 set 2009 - 17h49
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A polêmica em torno do sexo da atleta sul-africana Caster Semenya, que venceu a prova dos 800m no Mundial de Atletismo de Berlim mês passado, colocou em evidência um problema cercado por muito tabu: o hermafroditismo ou a anomalia do desenvolvimento sexual, como dizem os especialistas. A atleta de 18 anos passou por inúmeros testes e exames a pedido da Federação Internacional de Atletismo, que indicaram que ela não tem ovários, mas tem testículos internos, que produzem grande quantidade de testosterona, o hormônio masculino.

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"Na maioria dos casos, o individuo tem um pênis pouco desenvolvido ou um clitóris aumentado. Ou seja, um órgão sexual ambíguo. Nos casos em que não é possível se afirmar o sexo do bebê facilmente, equipe multidisciplinar, em conjunto com os pais, opta pelo melhor sexo que deve ser escolhido para aquela criança após uma série de exames", explica Gerson Carakushansky, geneticista clínico e professor da Faculdade de Medicina da UFRJ.

Retirada de pênis

Em março, outra esportista teve sua vida exposta após revelar ter nascido com órgãos sexuais feminino e masculino. A tenista alemã Sarah Gronert, 22 anos, foi submetida a uma cirurgia para extrair o pênis há cerca de dois anos. Um ano antes da cirurgia, Sarah, que é acusada por suas rivais por ter uma força descomunal para uma mulher, chegou a pensar em abandonar o esporte.

"A forma mais frequente da anomalia, também conhecida como pseudo- hermafrodita feminino, ocorre devido a doença genética que acomete a glândula supra-renal, que fica aumentada e secreta hormônio masculino em grande quantidade. O teste genético mostra que as pacientes são meninas", diz Carakushansky.

Segundo o psiquiatra Fábio Barbirato, da Santa Casa de Misericórdia, uma das maiores dificuldades é definir o momento certo da cirurgia para a escolha do sexo que permanecerá.

Corredora desistiu de prova

Um dia após ter o hermafroditismo revelado, Semenya desistiu de disputar os 4.000m no Campeonato de Cross Country da África do Sul. Segundo o treinador Michael Seme, ela "não estava se sentindo bem". O governo de seu país irá "às últimas instâncias" contra a Federação Internacional de Atletismo se a entidade a excluir das competições. O ministro de Esportes, Makhenkesi Stofile, vai procurar advogados para saber se os direitos humanos de Semenya foram violados.

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Fonte: O Dia
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