Os resultados da pesquisa, que foram apresentados no Festival Britânico de Ciência, sugerem que o processo de congelamento pode ser melhor para a saúde da mãe e da criança.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, analisou 37 mil gestações de bebês de proveta documentadas em 11 estudos internacionais sobre o tela.
Eles afirmam que o procedimento oferece menos chances de hemorragia e de partos prematuros e menor risco de morte durante as primeiras semanas após o nascimento.
Na Grã-Bretanha, a maior parte dos óvulos utilizados no procedimento são "frescos". Eles são retirados da mãe e fertilizados e o embrião resultante é implantado de volta no útero.
No entanto, cerca de um em cada cinco ciclos de fertilização in vitro no país usa embriões congelados - que "sobraram" de tentativas anteriores.
Os cientistas escoceses defendem que o congelamento de óvulos pode vir a ser a opção mais utilizada no futuro, mas outros especialistas em fertilidade argumentam que o número de gestações seria menor se isso acontecesse.
Debate
"Nossos resultados levantam a questão sobre se a pessoa deve congelar todos os seus embriões para transferí-los em outro momento, ao invés de transferir embriões frescos", disse a pesquisadora Abha Maheshwari, que conduziu o estudo, à BBC.
"É um debate que nós deveríamos estar realizando agora. Precisamos de mais estudos sobre o que faremos no futuro."
A razão de os embriões congelados possibilitarem melhores resultados ainda é desconhecida e os pesquisadores admitem que as conclusões "vão contra o esperado".
Uma das teorias levantadas é que o estímulo dos ovários para que eles liberem mais óvulos, parte do procedimento normal de fertilização, possa afetar a capacidade do útero de aceitar um embrião.
De acordo com esta hipótese, congelar o embrião para um momento posterior permitiria que ele fosse implantado em um útero mais "natural".
Menos nascimentos
No entanto, o órgão regulador de fertilização humana e embriologia da Grã-Bretanha diz que em 2010 o uso de embriões congelados resultou em menos gestações.
A taxa de sucesso do processo de fertilização in vitro com os embriões congelados foi de 23% e com embriões frescos, de 33%.
"É preocupante que tenha sido concluído, incorretamente, que deveríamos rotineiramente congelar todos os embriões e transferí-los em um ciclo menstrual futuro", disse o professor Alison Murdoch, chefe do centro de fertilidade da Universidade de Newcastle, à BBC.
"Há muitas evidências mostrando que isso resultaria em menos gestações, mesmo que os resultados destas gestações fossem melhores."
Abha Maheshwari diz, entretanto, que novas técnicas nos últimos anos aumentaram bastante a taxa de sucesso da fertilização com embriões congelados.
A gravidez é um período de mudanças físicas e psicológicas que gera uma série de dúvidas para as mulheres e seus parceiros. Além dos novos hábitos alimentares, ansiedade com a chegada do bebê e alguns desconfortos, é preciso atenção para não deixar a vida sexual de lado. Afinal, fazer sexo durante a gravidez pode machucar o feto? Quais as melhores posições sexuais durante a gestação? É verdade que o desejo diminui nessa fase? Para responder essas e outras dúvidas, o Terra conversou com especialistas no assunto e descobriu que fazer sexo nos meses que antecedem o parto não é um bicho de sete cabeças. Confira a seguir
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O sexo durante a gravidez é seguro e liberado? Sim, Se for uma gravidez normal, o sexo é seguro, liberado e recomendado. Existem trabalhos científicos que mostram que o sexo é bem vindo na gravidez, tanto fisicamente como emocionalmente. A gestação ocorre durante o exercício da sexualidade e por isso, manter esse exercício é manter um vínculo efetivo do casal, explica ginecologista, obstetra e sexóloga Ana Paula Junqueira Santiago, do Hospital São Camilo
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O desejo pode diminuir ou aumentar com a gestação? Sim. A mulher passa por várias fases durante a gravidez, com mudanças físicas e emocionais. Até o 3º mês, há uma diminuição do desejo por uma questão física, hormonal e psicológica. Do 3º ao 6º mês, a sexualidade melhora em 80% porque os desconfortos do primeiro trimestre diminuem e autoestima aumenta. Já o final da gravidez é marcado por inchaço, limite máximo físico, cansaço e ansiedade com a chegada do bebê. Nessa fase, o desejo volta a cair
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É verdade que o pênis pode machucar o bebê? Não. Durante a relação, o pênis é introduzido no canal vaginal enquanto o embrião fica na cavidade intrauterina, protegido por uma bolsa de líquido amniótico. Da cavidade do útero até o canal vaginal, tem o colo uterino. Então não é possível que o pênis tenha contato com o bebê
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O orgasmo pode estimular o parto? Não, desde que a gravidez esteja em condições normais. Essa dúvida pode surgir porque durante o fim do segundo trimestre e começo do terceiro, é comum que as mulheres tenham contrações após fazer alguns exercícios. São chamadas de contrações de Braxton Hicks e não são dolorosas. Como as mulheres percebem após a relação, podem achar que o sexo faz mal, mas não é verdade, explica Ana Paula
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Quais problemas podem restringir a vida sexual da grávida? Sangramento é o primeiro sinal vermelho. Se a gestante tiver perda de sangue precisa evitar a relação até orientação médica. Outros fatores que restrigem a vida sexual durante a gravidez são incompetência istmo cervical - quando o colo fica aberto e pode provocar aborto -, rotura de bolsa que diminui a proteção do feto -, e deslocamento prematuro da placenta. Há também fatores relativos, como infecções urinárias, viroses, quadros em que a paciente precisa fazer repouso, preparo para exames do pré-natal, depressão ou anemia. Nesses casos, pode namorar, mas o pênis não pode penetrar na vagina. As carícias e masturbação estão liberadas, aconselha Ana Paula
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Quais as melhores posições sexuais? Cada casal tem um hábito sexual, mas durante a gravidez é preciso procurar posições que não prejudiquem a mulher ou causem desconforto. O importante é não fazer peso na barriga e não escolher posições em que o encaixe é mais profundo, como a de quatro, aconselha Walkíria. Por isso, a mais recomendada é a posição de lado, em que a mulher pode ter a ajuda de um travesseiro para apoiar a barriga e consegue controlar a penetração
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O sexo anal é proibido durante a gravidez? O sexo anal não é proibido durante o período gestacional, mas merece cuidado redobrado porque aumenta o risco de infecções. Portanto, o indicado é sempre usar preservativo e lubrificante. Outra dica importante é beber muita água e fazer xixi antes e depois da relação, tanto o homem quanto a mulher. Isso ajuda a manter a via urinária limpa e evita problemas, afirma Ana Paula
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É mais difícil ter orgasmo durante a gravidez? Sim. No geral, as mulheres têm mais dificuldade para relaxar e atingir o orgasmo durante a gravidez, mas não é uma regra. O contrário também pode acontecer. Algumas mulheres têm orgasmo pela primeira vez durante esse período. Normalmente, aquelas que tiveram medo de engravidar a vida toda aproveitam essa fase para relaxar mais no sexo, conta a obstetra
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Como lidar com as mudanças físicas para se sentir sexy durante a gravidez? Algumas mulheres se incomodam com os quilinhos a mais, as mudanças do corpo e se sentem menos sexy durante a gravidez. Nessa hora, o melhor é se identificar com a situação e incorporar a nova identidade. Gravidez não é doença, mas altera os hormônios e traz mudanças. O seio passa a ser peito, a barriga cresce, mas é temporário. É importante entender que esse é um período transitório e que ela está usufruindo do corpo de outra forma, para gerar uma vida, aconselha Walkíria
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Quando voltar a ter relações após o parto? Tudo depende da via de parto e do pós-operatório. No geral, as mulheres estão liberadas para as relações sexuais cinco semana após o nascimento do bebê. Nessa fase, segundo Ana Paula, é importante que a mulher escolha as posições e o parceiro respeite os limites, porque o hormônio que produz leite diminui a lubrificação vaginal