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Exposição ao calor acelera envelhecimento biológico, aponta estudo

Pesquisadores americanos observaram que correlação persiste mesmo em diferentes realidades socioeconômicas e estilos de vida

28 jul 2025 - 19h21
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Resumo
Estudo da Universidade do Sul da Califórnia revelou que a exposição frequente ao calor acelera o envelhecimento biológico, independentemente de fatores socioeconômicos, e destaca vulnerabilidade de idosos e a necessidade de estratégias de mitigação diante do aquecimento global.
São Paulo tem observado a incidência de mais ondas de calor na última década
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Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 13/11/2023 / Estadão

Já parou para pensar que suas células podem estar envelhecendo mais rápido por causa do calor? É o que sugere um estudo realizado pela Escola de Gerontologia Leonard Davis da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos.

A pesquisa observou uma correlação entre uma maior exposição ao calor e a aceleração do envelhecimento biológico, mesmo entre aqueles com diferentes realidades socioeconômicas e estilos de vida, como tabagismo, sedentarismo e consumo de álcool.

“Só porque você vive em uma área com mais dias de calor, você está envelhecendo biologicamente mais rápido”, observou Jennifer Ailshire, autora sênior do estudo. Diferentemente da idade cronológica, baseada na data de nascimento, a idade biológica mede as funções do organismo a nível celular. Assim, uma idade biológica mais avançada do que a idade cronológica pode indicar maior presença de doenças e aumento da mortalidade.

Jennifer Ailshire e Eunyoung Choi, coautora do estudo, acompanharam por seis anos 3.600 pessoas com 56 anos ou mais nos Estados Unidos. Ao longo desse período, foram coletadas amostras de sangue para mapear alterações epigenéticas, isto é, mudanças ligadas à forma como os genes são ativados ou desativados, mas que não modificam o DNA. O processo acompanhado foi o de metilação, que consiste na adição de grupos metil a certos locais do DNA. 

As pesquisadoras usaram ferramentas chamadas de “relógios epigenéticos” para analisar esses padrões e estimar as idades biológicas. As alterações também foram comparadas com o histórico das temperaturas na região e o número de dias quentes contabilizados pelo Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, na sigla em inglês).

A agência classifica os índices de calor em três níveis: Atenção, quando a temperatura fica entre 26ºC e 32ºC; Atenção Extrema, entre 32ºC e 39ºC; e Perigo, que vai dos 39ºC até os 51ºC. Para a pesquisa, todos os dias que atingiram essas classificações foram categorizados como dias quentes. A umidade do ar também foi levada em consideração.

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“Participantes que vivem em áreas onde dias de calor, definidos como Atenção Extrema ou mais, ocorrem metade do ano, como Phoenix e Arizona, apresentaram até 14 meses de envelhecimento biológico adicional em comparação com aqueles que vivem em áreas com menos de dez dias de calor por ano”, explicou Choi.

Idosos são ainda mais suscetíveis, já que apresentam uma sudorese menos intensa e, portanto, têm menor capacidade de resfriamento. Realidade que acende um alerta: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população de pessoas com 60 anos ou mais vai dobrar no mundo, chegando a 2,1 bilhões. Já o número de pessoas com 80 anos ou mais deve triplicar entre 2020 e 2050.

Nestes casos, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) recomenda beber bastante água e evitar atividades físicas durante os períodos mais quentes do dia. Também indica evitar tomar cafeína e álcool, que contribuem para a desidratação.

“Se em todo lugar está ficando mais quente e a população está envelhecendo, e essas pessoas são vulneráveis, então nós realmente precisamos pensar em estratégias de mitigação”, afirma Ailshire. 

Apesar de já ser de conhecimento geral que o calor pode agravar quadros de saúde existentes, levar a hospitalizações e até provocar mortes, ainda não está clara sua ligação com o envelhecimento biológico. Por isso, a pesquisa ainda deve avançar para descobrir que outros fatores podem indicar uma maior vulnerabilidade a esse envelhecimento.  

Este não é o primeiro estudo a levantar hipóteses que correlacionam o calor com a aceleração do envelhecimento biológico. Um estudo de 2023, conduzido em Augsburg, na Alemanha, observou um aumento da idade epigenética — a diferença entre idade cronológica e biológica — após exposição de médio e longo prazo a altas temperaturas.

Fonte: Redação Terra
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