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Bolsonaro reclama de repercussão negativa sobre HIV e 'manda banana' a jornalistas

Antes de ataque, presidente acusou imprensa de ter deturpado sua fala e disse que está sendo alvo de críticas de grupos de pacientes soropositivos

8 fev 2020 - 18h56
(atualizado às 21h50)
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BRASÍLIA - Ao deixar o Palácio da Alvorada na tarde deste sábado, 8, para ir a um evento evangélico no Estádio Nacional de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro reclamou da repercussão negativa de sua declaração de que "pessoa com HIV é despesa para todo o Brasil". Ele acusou a imprensa de ter deturpado sua fala e por agora estar sendo alvo de críticas de grupos de pacientes soropositivos. O presidente reclamou criticou a cobertura da imprensa, disse que tenta ser amigo dos repórteres, mas encerrou sua fala dando "uma banana" (gesto feito com os braços) para os jornalistas.

Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores na frente do Palácio da Alvorada.
Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores na frente do Palácio da Alvorada.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil 3/2/2020 / Estadão

Após cumprimentar apoiadores, Bolsonaro se dirigiu aos repórteres afirmando que não daria espaço para perguntas. Em seguida, passou a falar sobre o comentário que fez ao defender a ideia da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, de que a abstinência sexual deve ser apresentada como método contraceptivo.

"Na semana passada, falei de uma menina que deu à luz pela terceira vez aos 16 anos de idade sendo aidética. Isso que eu falei. O que faltou? Faltou uma mãe, uma avó, pra não começar a fazer sexo tão cedo. Qualquer pessoa com HIV, além do problema de saúde dela gravíssimo, que nós temos pena, é custoso para todo mundo. Vocês focaram no que o aidético é oneroso no Brasil. Tô levando porrada de tudo quando é grupo de pessoas que tem esse problema lamentavelmente", disse o presidente.

Bolsonaro disse que a imprensa "só faz fofocas". "Esse não é o papel da imprensa. Vocês não podem continuar agindo assim, destruindo reputações. Vê se vai ter alguma retificação no jornal de vocês amanhã? Não vai ter porque o editor não vai deixar ir pra frente. Eu quero conversar, ser amigo de vocês, mas não dá", disse.

Ele reclamou também da repercussão envolvendo suas declarações sobre o ICMS de combustível e sua briga com os governadores. "Não vi de vocês uma matéria decente sobre ICMS do combustível. Levaram apenas pra um lado, desafiou os governadores . É só fofoca, só intriga, fica ruim conversar com vocês. Sei que muitos de vocês não têm culpa, que passa pela mão do editor que está rindo."

Gesto de 'Banana'

O presidente criticou ainda um artigo publicado pela "Folha de S.Paulo" neste sábado com o título: "Fábio Luís Lula da Silva e um peso de um sobrenome", de autoria do advogado Marco Aurélio de Carvalho, que atua na defesa de Lulinha. Bolsonaro citou reportagens do jornal sobre seus filhos, família da primeira-dama Michelle Bolsonaro e até uma entrevista feita com sua mãe, Olinda, de 90.

"Esculhambaram com a vó da minha esposa, com mãe da minha esposa, esculhambam meus filhos. Nas eleições pegaram minha mãe com 90 anos de idade, perguntaram se o Jair fala besteira. 'Não o Jair nunca falou besteira'. Matéria: 'o Jair não falava besteira segundo sua mãe', dizendo que hoje eu falo besteira. Não dá, não dá. Vou dar uma banana pra você. Até mais", disse Bolsonaro, que entrou no carro ignorando perguntas dos repórteres.

Estadão
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