Bochechas avermelhadas: entenda o que é eritema infeccioso, comum em crianças e no fim do inverno
Também conhecida como quinta doença, a infecção infantil é causada pelo parvovírus humano B19
Eritema infeccioso, ou quinta doença, é uma condição leve e passageira, causada pelo parvovírus B19, que atinge principalmente crianças em idade escolar, caracterizada por bochechas avermelhadas e manchas na pele, sendo mais comum no final do inverno e início da primavera.
É comum que crianças em idade escolar apareçam com algumas manchas avermelhadas no rosto da noite para o dia. Chamada de eritema infeccioso, essa doença infantil é causada pelo parvovírus humano B19 e tem como principal característica a erupção cutânea vermelha nas bochechas.
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O dermatologista Gustavo Novaes, pós-graduado pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explicou ao Terra que o eritema infeccioso ficou conhecido como quinta doença.
"Ele recebeu esse nome porque, no passado, era listado como a quinta doença exantemática comum da infância, ao lado de sarampo, escarlatina, rubéola e outras. Costuma ser uma condição leve e passageira, principalmente em crianças saudáveis, caracterizada por uma erupção típica na pele", afirmou.
Quais são os sintomas?
Os sinais iniciais da doença podem parecer um resfriado comum: febre baixa, dor de cabeça, coriza e cansaço. No entanto, a principal característica do eritema infeccioso são as "bochechas avermelhadas".
"No estágio inicial é quando aparece o sinal mais característico: as bochechas bem avermelhadas, com aspecto de 'rosto esbofeteado'. Em seguida, a vermelhidão pode se espalhar pelo corpo em forma de manchas que lembram uma rede ou rendilhado, atingindo braços, pernas e tronco. Em crianças, esse quadro costuma ser leve", pontuou.
Só crianças são afetadas?
Apesar de não ser tão comum, a doença também pode afetar adultos. "O exantema pode ser discreto, mas é comum o surgimento de dores articulares, principalmente em mãos, punhos e joelhos", complementa o especialista.
O eritema infeccioso é mais comum em crianças porque a maioria dos adultos já teve contato com o vírus ao longo da vida, o que permitiu o desenvolvimento de imunidade permanente. Além disso, o ambiente escolar favorece a circulação do vírus, por conta do contato próximo entre colegas da mesma faixa etária.
Qual é o tratamento?
Como se trata de uma doença autolimitada e que desaparece sozinha, o tratamento do eritema infeccioso é focado no alívio dos sintomas. No entanto, mediante qualquer sintoma, é fundamental procurar um médico.
Em geral, as recomendações médicas incluem repouso e ingestão de líquidos. Em caso de febre e dores, podem ser usados analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno. Se houver coceira intensa, são recomendados anti-histamínicos ou antipruriginosos.
Como prevenir?
Não existe vacina contra o parvovírus B19, mas é possível realizar a prevenção com medidas simples no dia a dia, tais como:
- Lavar bem as mãos, principalmente após tossir ou assoar o nariz;
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, de preferência com o braço ou com um lenço descartável;
- Evitar contato próximo com pessoas que estejam com sintomas gripais.
"Um detalhe importante: a fase de maior contágio acontece antes do surgimento da vermelhidão na pele. Isso significa que, quando a criança apresenta as manchas, geralmente não transmite mais o vírus", destacou o dermatologista.
"A doença apresenta uma certa sazonalidade. Costuma aparecer com mais frequência no final do inverno e no início da primavera. Em alguns lugares, observa-se, ainda, um padrão de epidemias cíclicas a cada três ou quatro anos", conclui.