PUBLICIDADE

Bill Gates exibe pote de cocô em evento para demonstrar nova tecnologia sanitária

O pote de fezes, alertou Gates, poderia conter 'nada menos que 200 trilhões de rotavírus, 20 bilhões de bactéria Shigella e 100 mil ovos de vermes parasitas'. Banheiros inteligentes podem evitar propagação de doenças em locais sem saneamento básico.

6 nov 2018 - 15h58
(atualizado às 16h04)
Compartilhar
Exibir comentários
Bill Gates usou um béquer cheio de fezes para chamar atenção para bactérias e doenças relacionadas ao saneamento
Bill Gates usou um béquer cheio de fezes para chamar atenção para bactérias e doenças relacionadas ao saneamento
Foto: AFP / BBC News Brasil

O bilionário e filantropo Bill Gates tinha as mãos ocupadas quando subiu ao palco durante um evento em Pequim, na China, nesta terça-feira: carregava um pote com fezes humanas. O objeto fez parte do seu discurso na exposição Vaso Sanitário Reinventado, um evento de apresentação de novas tecnologias que podem evitar a propagação de doenças.

A Fundação Bill & Melinda Gates já gastou mais de 200 milhões de dólares em pesquisas nessa área, nos últimos sete anos.

O pote de fezes, alertou Gates, poderia conter "nada menos que 200 trilhões de rotavírus, 20 bilhões de bactéria Shigella e 100 mil ovos de vermes parasitas".

"Eu preciso admitir: uma década atrás, eu não poderia imaginar que um dia saberia tanta coisa sobre cocô", brincou Bill Gates, na conferência. "Eu definitivamente nunca pensei que a Melinda precisaria me pedir para parar de falar sobre vasos sanitários e dejetos fecais na mesa de jantar."

O fundador da Microsoft ajudou a abrir o evento de três dias na China - onde o líder Xi Jinping tornou a chamada "revolução do banheiro" uma prioridade política.

Estavam em exibição vinte produtos sanitários de ponta, todos eles destinados a revolucionar as tecnologias sanitárias, separando líquidos de sólidos e eliminando subprodutos nocivos.

"A questão não é mais se podemos reinventar o vaso e os sistemas sanitários", falou Gates. "A questão é quão rapidamente essa nova categoria de soluções de ponta será utilizada em larga escala".

Segundo Gates, as invenções exibidas na exposição são "os avanços sanitários mais significativos em 200 anos".

A fundação de Gates já gastou mais de 200 milhões de dólares em pesquisas sobre tecnologias sanitárias
A fundação de Gates já gastou mais de 200 milhões de dólares em pesquisas sobre tecnologias sanitárias
Foto: AFP / BBC News Brasil

Falta de saneamento básico é crise crônica

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 2,3 bilhões de pessoas ao redor do mundo ainda não têm acesso a instalações sanitárias básicas. Isso pode provocar doenças como cólera, diarreia e disenteria, que matam centenas de milhares de pessoas a cada ano.

"Em países ricos, nós temos uma rede sanitária que traz água limpa, leva embora a água suja e, na maioria dos casos, há uma unidade de tratamento do esgoto", disse Gates à BBC. "À medida que surgem novas cidades, com muitas pessoas mais pobres, essa rede sanitária não foi construída - e é provável que jamais seja. Então, a questão é: é possível processar dejeto humano sem um sistema de esgoto?"

A Fundação Bill & Melinda Gates declarou que espera que os novos banheiros sejam implementados primeiro em escolas e edifícios residenciais, até que os custos caiam e se tornem acessíveis em residências individuais.

"Você está economizando todos os gastos com água e produtos de processamento (do esgoto). Mas nós ainda temos de reduzir o preço em cerca de 10 vezes - isso não é atípico para mercados de novos produtos".

Nessa viagem, Gates também compareceu à primeira feira de Importação-Exportação da China, em Shangai, em um momento de tensão nas relações entre os Estados Unidos e a China. Os dois países, que são as duas maiores economias do mundo, estão no meio de uma guerra comercial.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

https://www.youtube.com/watch?v=660qsQ7rfWE

https://www.youtube.com/watch?v=9uB7CEX3emw&t=1s

https://www.youtube.com/watch?v=vhvlHxc6HAw&t=12s

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade