PUBLICIDADE

O que é infertilidade? Saiba quais são as causas, sintomas e tratamentos

Dados da OMS mostram que esse desafio afeta mais de 50 milhões de casais em todo o mundo

23 jun 2020 - 16h08
Compartilhar
Exibir comentários
Casal olhando para um teste de gravidez
Casal olhando para um teste de gravidez
Foto: Shutterstock / Alto Astral

Diferente do que se defendia, as causas de infertilidade não são um problema de apenas um dos sexos. Com o reconhecimento mundial do mês de junho como representante da conscientização desta adversidade, muito se fala e alerta a respeito do que de fato ela significa, como é identificada e seus possíveis tratamentos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um casal é considerado infértil quando não consegue engravidar após 12 meses mantendo relações sexuais sem o uso de métodos contraceptivos. De acordo com o diretor da Clínica Origen, o médico Marcos Sampaio, estima-se que cerca de 15% dos cônjuges enfrentam o problema, que pode ser agravado por hábitos de vida como tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, obesidade, exposição ambiental a produtos químicos.

Marcos ressalta que é importante saber que as causas podem ser tanto da mulher como do homem. "Em geral, os fatores estão distribuídos igualmente para ambos os sexos, além de um percentual sem causa aparente", diz.

Causas de infertilidade

Para as mulheres, existem diversos fatores fisiológicos que podem contribuir para o problema. Alterações das tubas uterinas secundárias e infecções, distúrbios ovulatórios e a endometriose.

Idade

Atualmente, principalmente para mulheres, umas das causas mais frequentes da dificuldade em ter filhos é a idade. É sabido que um casal quer ter filhos cada vez mais tarde, depois de se estabilizar profissionalmente e financeiramente, o que dificilmente acontece antes dos 30 anos. E, após essa idade, as chances de engravidar diminuem, caindo para 10% após os 40 anos.

Tireoidite

Trata-se de uma doença autoimune que leva ao hipotireoidismo. O problema faz com que a mulher produza anticorpos que causam falha na implantação do embrião ou inflamação na placenta, provocando o aborto.

Endometrite Crônica

É uma inflamação do endométrio, tecido que reveste a parede interna do útero, causada por provável alteração imunológica e/ou infecciosa. O problema impede a implantação do embrião. Não tem a ver com endometriose, que é a implantação do endométrio fora do útero. Após tratamento, a paciente volta a ser fértil.

Trombofilias

Provoca alterações na coagulação sanguínea e imunológicas, desenvolvendo anticorpos que atacam a placenta, impendido a implantação do embrião e provocando aborto.

Aloimunidade

Imunidade a outro indivíduo. Quando o casal tem semelhanças genéticas, o corpo da mulher não reconhece a gravidez e interpreta o embrião como um defeito e o rejeita.

Fator antinuclear

Ocorre quando os anticorpos do próprio organismo impedem o avanço da gestação. Os auto-anticorpos da mãe "atacam" o embrião, causando intenso processo inflamatório placentário e/ou fetal.

Para o homem, as causas de infertilidade estão relacionadas aos espermatozóides, seja pela quantidade de produção, formação defeituosa ou morte precoce. Além disso há também fatores como a obstrução da passagem da secreção por doenças, infecção e problemas de saúde.

Alteração hormonal

O sangramento uterino anormal pode ser decorrente de uma alteração hormonal que faz com que a mulher não ovule normalmente. Ocorre em adolescentes (que ainda não apresentam menstruarão regular) e em pacientes que estão na fase de perimenopausa. Pelo fato de haver falha da ovulação, o endométrio aumenta de tamanho e passa a sangrar de forma irregular.

Exames de infertilidade

A infertilidade pode ser detectada em qualquer idade, a partir do momento em que o casal está com a vida sexual ativa, sem nenhum método contraceptivo. Para diagnosticar, além de uma boa anamnese, deve ser realizado alguns exames físicos e ginecológicos detalhados.

Dentre os exames de infertilidade mais comuns está o de sangue, que avalia o status hormonal das pacientes que necessitam passar pelas diferentes técnicas de reprodução assistida. Além dele, existe o histerossalpingografia (HSG), que é um exame radiológico que visualiza o interior do útero e a permeabilidade das tubas.

O ultrassonografia pélvica e transvaginal (USGTV) também é um opção dentre os exames de infertilidade. Ele tem o objetivo de avaliar a pelve feminina, o que possibilita diagnosticar doenças ginecológicas que poderiam influenciar negativamente a fertilidade do casal. Já a histeroscopia é feita para visualizar pólipos e miomas na cavidade uterina, e, se encontrados, removê-los.

Tratamento

Não é por acaso que o congelamento de embriões vem aumentando. De acordo com a Gerência de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos (GSTCO) da Anvisa, em 2018, foram congelados 88.776 embriões para uso em técnicas de reprodução humana assistida, 13,5% a mais do que em 2017 (78.216).

É imprescindível que o casal infértil procure auxílio médico para que possam juntos buscar a solução que melhor se adapte aos seus interesses, às suas necessidades e causas de infertilidade. Entre as opções de tratamentos existem inseminação artificial, fertilização in vitro, às vezes, basta a indução da ovulação com medicação para que o casal consiga efetivamente engravidar, em outros casos faz-se necessário um procedimento cirúrgico.

Mas tudo isso vai depender de qual é o obstáculo que impede a gestação, bem como a identificação de qual é o momento no processo da concepção em que há erro. Por isso a importância de procurar um especialista em reprodução humana.

Alto Astral
Compartilhar
Publicidade
Publicidade