No ar em Vale Tudo, Renato Góes revela diagnóstico de doença crônica
Interpretando Ivan em Vale Tudo, Renato Góes comenta diagnóstico de doença crônica; condição afeta 1% da população mundial
Renato Góes, ator de 38 anos que atualmente interpreta Ivan Meireles no remake de "Vale Tudo", revelou em entrevista à revista GQ que convive com o vitiligo desde os 12 anos. A descoberta ocorreu após notar uma mancha na coxa esquerda, que o levou a procurar ajuda médica.
Na entrevista, Góes relembrou que o diagnóstico coincidiu com um momento delicado de sua vida, marcado pela separação dos pais. O impacto na autoestima foi imediato. "Eu ficava envergonhado. Na escola, ia só de calça. Na praia, de bermuda", contou. O ator ainda revelou os medos da adolescência. "Eu tinha pesadelos com a doença. Acordava procurando novas manchas no corpo", disse. Com o passar do tempo, a condição regrediu e hoje é quase imperceptível. "A mancha diminuiu e hoje se resume a um pequeno sinal", explicou.
O que é vitiligo?
O vitiligo é uma doença autoimune crônica, benigna e não contagiosa, que provoca a perda de pigmentação em áreas específicas da pele. Atualmente, atinge cerca de 1% da população mundial. O quadro ocorre quando os melanócitos (células responsáveis por produzir a melanina) são destruídos ou deixam de funcionar.
Dentre os principais sintomas do vitiligo, estão: manchas brancas bem delimitadas, que podem variar de tamanho e formato; alterações na cor dos pelos ou cabelos na região afetada; manchas dentro da boca ou narinas; e, em alguns casos, comprometimento dos olhos ou ouvidos. As áreas mais frequentemente atingidas são o rosto (especialmente em volta da boca e dos olhos), mãos, pés, cotovelos, joelhos, pescoço e região genital.
Possíveis causas
A origem do vitiligo não é totalmente conhecida, mas especialistas acreditam que esteja ligada a fatores genéticos, autoimunes e até emocionais, como altos níveis de estresse. A doença pode aparecer em qualquer idade, mas é mais comum antes dos 20 anos.
Existem diferentes formas de manifestação: generalizado (manchas em várias partes do corpo); localizado (restrito a uma ou poucas regiões); universal (raro, afeta quase toda a pele); segmentar (aparece em apenas um lado do corpo e costuma se estabilizar após alguns anos); não-segmentar (manchas simétricas nos dois lados, como nas mãos ou no rosto, sendo a forma mais comum).
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por dermatologistas, geralmente através da observação clínica. A lâmpada de Wood pode ajudar a identificar as manchas, e em alguns casos o médico pode solicitar exames de sangue ou biópsia para descartar outras condições.
Embora o vitiligo não tenha cura, há diferentes formas de tratamento que podem ajudar a estabilizar a doença ou estimular a repigmentação: pomadas e cremes com corticoides ou imunossupressores; fototerapia com luz ultravioleta; laserterapia em áreas específicas; transplante de melanócitos ou enxertos de pele em casos selecionados; e despigmentação da pele, indicada em casos de vitiligo extenso.
Mais do que os sintomas físicos, o vitiligo pode trazer desafios emocionais. Muitas pessoas enfrentam vergonha, baixa autoestima e até depressão devido às mudanças na aparência. Por isso, além do acompanhamento médico, o apoio psicológico também pode ser importante para lidar com a condição.