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Entre esmaltes e parafusadeiras

9 mar 2009 - 16h42
(atualizado em 9/3/2009 às 17h05)
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Aretha Yarak

Perfil dia da mulher, operária, Adriana Silvestre (interna)
Perfil dia da mulher, operária, Adriana Silvestre (interna)
Foto: Divulgação



Toda sexta-feira ela corre para o salão de beleza. Teimosa, deixa de lado as florzinhas e pinta as unhas de vermelho, daqueles bem vivos que fazem o desgosto do marido. O tom das mãos é um complemento do visual colorido e animado que Adriana Silvestre adora caprichar aos finais de semana. Aos 32 anos, essa rio-pretense cuida da vaidade com o mesmo afinco com que prepara, fura, monta e embala janelas de banheiro feitas de alumínio. "Também coloco sempre um brinco para não ficar apagada, adoro os que têm brilho", se gaba.



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Ao lado de outras quinze mulheres, Adriana integra a linha de montagem da Lúmini Produtos em Alumínio LTDA, empresa localizada em São José do Rio, a 470 quilômetros de São Paulo. Sua presença na fábrica já foi motivo de alvoroço ante a ala masculina, que teimava em pirraças e mensagens de desmerecimento. "Eles costumavam dizer que a gente não ia dar conta, mas hoje aprenderam que somos iguais", comenta ela, que já chegou a chorar no banheiro após comentários maldosos. A garra e a perseverança dessa paulista, no entanto, foram suficientes para vencer o período de transição e deixar de lado muito preconceito. "No final, provamos que mulher dá conta sim", orgulha-se.

Mas engana-se quem pensa que ela nasceu com jeito para a coisa. "No começo eu esparramei parafuso pela fábrica, foi um desperdício tremendo", relembra seu primeiro contato com uma ferramenta comum em linhas de montagem: a parafusadeira. Nove meses depois, o profissionalismo de Adriana, vestido de botina, jeans e jaleco, é exemplo para futuras contratações. "A mulher é mais caprichosa e cuidadosa em trabalhos delicados, como os feitos em alumínio", explica Paulo Sérgio Maia de Jesus. Líder de produção da fábrica, ele enfatiza. "Nossa meta é ter um quadro de produção 50% feminino".

Talvez por isso Adriana conte de boca cheia detalhes sobre sua profissão aos filhos Crístopher, 17 anos, e Caroline, 14. Para ela, integrar a linha de produção é mais estimulante do que os frutos de trabalhos anteriores como doméstica, cozinheira e cabeleireira. "Sempre que passo em lojas de construção fico reparando nos produtos, nos acabamentos. Estou tão realizada que penso até em fazer um curso de mecatrônica".

Fonte: Redação Terra
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