Carne de coruja e pó de cérebro humano já foram usados para atrair o parceiro
Patricia Zwipp
A preocupação em aumentar a libido com refeições diferenciadas não é algo recente. Muito pelo contrário. Pesquisar as suas qualidades faz parte da história das civilizações. A deusa grega Afrodite, ligada à fertilidade, à beleza e ao amor, era cultuada em festivais repletos de poções e pratos estimulantes, por exemplo. "Na culinária, tinham preferência por cebolas, cenouras e trufas. Depois, ovos, mel e abacaxi. Ovas de esturjão, lesmas, peixes, crustáceos e frutos do mar", diz a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins, autora de O Livro de Ouro do Sexo.
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A antiga civilização romana acrescentava à lista grega os órgãos genitais de vários animais, como burros, lobos e veados. A sexóloga complementa que ostras, favas, pimenta amassada com semente de urtiga, cheiro-verde e cogumelos não podiam faltar no cardápio de quem estava em busca de mais desejo sexual.
A cultura da Índia, bastante exótica aos olhos ocidentais, e em evidência por conta da novela global Caminho das Índias também traz dicas inusitadas, para não dizer estranhas, como uma mistura para ser aplicada nos olhos, com a intenção de atrair o outro. Trata-se da carne de coruja misturada ao pó de cérebro humano colhido na pia crematória. Difícil imaginar, não?
Mas a tradição indiana tem outras sugestões mais apetitosas. "Livros, como Ananga Ranga e Kama Sutra, contêm valiosas referências afrodisíacas como aspargos cozidos, melado com leite e alcaçuz, arroz e ovos de pardal cozidos com mel e leite, além das cebolas, alho e feijão."
Sensações
A ingestão de alimentos não é a única relação com a libido aguçada. Também podem compor o ambiente escolhido para o sexo e fazer parte de jogos de sedução. Portanto, não é à toa que os casais procuram estimular os sentidos com o perfume doce de algumas frutas e espalhar delícias pelo corpo, como mel, chocolate e leite condensado.
De acordo com Regina, a famosa rainha do Egito, Cleópatra, guardava um segredinho para suas aventuras amorosas. Passava uma pasta de mel com amêndoas moídas em suas partes íntimas e se satisfazia enquanto os amantes a lambiam.
As cortesãs gregas, por sua vez, tinham o hábito de usar perfume da violeta em suas zonas erógenas. Acreditavam que, misturado ao suor e às suas secreções, estimulava homens de diferentes idades. Será?
