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Morte por febre hemorrágica é registrada após 20 anos

Morador de Sorocaba (SP) contraiu doença grave e rara, que pode ser contagiosa

21 jan 2020 - 15h08
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Um homem de 52 anos, morador da cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo, faleceu em decorrência de febre hemorrágica. A confirmação foi anunciada pelo Ministério da Saúde na última segunda-feira (20).

1º caso de febre hemorrágica é registrado no Brasil após 20 anos - Foto: Shutterstock
1º caso de febre hemorrágica é registrado no Brasil após 20 anos - Foto: Shutterstock
Foto: Foto: Shutterstock / Minha Vida

As autoridades estão em alerta, pois esse é o primeiro caso fatal da doença registrado no Brasil em 20 anos e o quarto registrado em toda a história do país.

De acordo com os órgãos públicos, o paciente começou a apresentar sintomas como febre, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo no dia 30 de dezembro do ano passado.

Ele chegou a ser atendido em três hospitais no interior e na capital paulista, mas acabou não resistindo e faleceu no dia 11 de janeiro, no Hospital das Clínicas (HCFM-USP), em São Paulo.

Os hospitais alegam que foram feitos exames para identificação de doenças como febre amarela, hepatites, dengue, zika vírus e leptospirose. Os resultados foram todos negativos.

O diagnóstico de febre hemorrágica somente foi confirmado por meio de testes realizados no Hospital Albert Einstein, que identificou a presença do arenavírus, causador da enfermidade.

O que é febre hemorrágica

A febre hemorrágica é uma doença rara e de alta mortalidade, podendo ser causada por quatro tipos de vírus: arenavírus, filovírus, bunyavírus e flavivírus.

Os primeiros sintomas da doença costumam surgir entre 7 e 21 dias após a contaminação, incluindo:

  • Febre
  • Mal-estar
  • Dor muscular
  • Manchas vermelhas
  • Dor de garganta
  • Dor de estômago
  • Dor atrás dos olhos
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Fotofobia (sensibilidade à luz)
  • Constipação
  • Sangramento de mucosas (boca e nariz)

A febre hemorrágica tem evolução rápida, fazendo com que os pacientes tenham comprometimento neurológico (confusão mental, convulsão, sonolência, alterações de comportamento) e alto risco de morte.

A forma de contaminação do morador de Sorocaba ainda está em investigação. Porém, cientistas apontam que o principal modo de transmissão da doença é pela inalação de partículas de excretas de roedores contaminados.

Além disso, é possível que haja transmissão entre humanos contaminados com pessoas próximas ou em ambientes hospitalares pelo sangue, urina, fezes, saliva, vômito e sêmen. Por isso, profissionais e familiares que tiveram contato com o paciente estão sendo monitorados e avaliados.

Tratamento e prevenção

O tratamento para febre hemorrágica é voltado para a redução dos sintomas. Apesar de ser causada por vírus, o uso de antivirais para controle e cura da doença não tem sido eficaz.

Quanto à prevenção, não há vacina para a febre hemorrágica. Portanto, a melhor forma de evitar o contágio é a constante limpeza de galpões, armazéns e espaços em geral em que haja a presença de roedores.

Febre hemorrágica no Brasil

A ocorrência foi notificada à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Organização Pan-americana de Saúde, devido à raridade da doença.

Além deste registro, houve apenas outros três casos de febre hemorrágica no Brasil, todos ocorridos na década de 1990. Dois foram confirmados em ambientes silvestres do Estado de São Paulo; e um por infecção em laboratório no Pará.

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Além do município de Sorocaba, as cidades de Itapeva, Itaporanga, Eldorado e Pariquera-Açu se encontram em estado de atenção, pois foram regiões em que o paciente esteve presente recentemente.

Minha Vida
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