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Conversar com seu filho pode evitar que ele tenha vícios no futuro

Pais que se comunicam com seus filhos podem diminuir as chances da criança desenvolver alcoolismo e desordens alimentares ao se tornarem adultos

4 mai 2018 - 16h23
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Conversar com seu filho é de extrema importância. Ao dialogar, é possível fortalecer os vínculos emocionais, ter uma maior compreensão da personalidade da criança e sua realidade, além de gerar uma maior sensação de acolhimento em momentos difíceis. E agora, um estudo publicado pelo periódico Biological Psychiatry, mostrou que pais que se comunicam frequentemente com seus filhos, evitam que eles desenvolvam problemas alcoólicos e desordens alimentares, como bulimia e anorexia, ao chegar na fase adulta.

O estudo, conduzido por Christopher Holmes, da Universidade da Geórgia, especializado em pesquisas familiares, focou seus estudos em famílias afro-americanas residentes da zona rural. Essa população foi selecionada por ser pouco estudada atualmente, mesmo sendo alvo de grande risco quando o assunto é o ganho de hábitos prejudiciais à saúde.

Como o estudo foi feito

O estudo teve duração de 14 anos, e seguiu um grupo de 91 participantes de 11 a 25 anos de idade. Entre os 11 e 13 anos, os participantes iam relatando as interações entre seus familiares, incluindo a frequência de discussões e brigas.

Quando eles atingiram os 25 anos de idade, foi solicitado que eles fizessem um exame de neuroimagem para mensurar a atividade cerebral usando ressonância magnética funcional. Os pesquisadores utilizaram esse tipo de ressonância para estudar uma rede de conexões neurais responsáveis pelos vícios. Após realizar os exames, os participantes responderam perguntas sobre consumo nocivo de álcool e desordem alimentar.

Analisando caso a caso, descobriu-se que uma boa comunicação entre pais e filhos promovia o desenvolvimento positivo de uma rede de conexões cerebrais envolvidas no processo de recompensa, e outros tipos de estímulos positivos.

Estímulos de recompensa advindos da comunicação entre pais e filhos, protegem as crianças contra o consumo excessivo de álcool, drogas e comida. Esses três elementos funcionam como estimulantes, porém, o diálogo supre as necessidades dessa parte do cérebro ligada à recompensa, o que faz com que a criança não necessite buscar esse estímulo através dos vícios. Isso torna a criança propensa a desenvolver hábitos mais saudáveis ao chegar na fase adulta.

Conclusões

"Isto pode significar que as interações sociais interferem no padrão de comunicação entre neurônios durante a adolescência", diz John Krystal, editor do periódico Biological Psychiatry. "A pesquisa é um sinalizador de que há um fator muito importante envolvendo as interações familiares, o desenvolvimento cerebral e os maus hábitos ao nos tornamos adultos".

A comunicação parental de qualidade na pré-adolescência foi capaz de garantir uma conexão neural maior em áreas responsáveis pelos vícios, fazendo com que estes jovens que tiveram um bom diálogo com os pais se tornassem menos suscetíveis a desenvolver maus hábitos.

Para Allen Barton, autor do estudo, essas descobertas reafirmam a importância da participação dos pais na prevenção e intervenção contra vícios. Através do diálogo, é possível garantir um futuro melhor para as crianças e um desenvolvimento neurocognitivo de maior qualidade.

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