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Elas falam sobre tabu do sexo anal e como abordar a parceira

Preconceito e falta de informação são os principais motivos que bloqueiam as mulheres a viver a experiência, segundo elas

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Entre quatro paredes vale tudo? O ditado pode não ser aplicado para todas as mulheres, porém, de acordo com as entrevistadas pelo Terra, o momento privado não deve ter regras, mas, sim, entrega mútua. O sexo anal, para elas, é um tabu e basta o parceiro saber abordar da forma correta para a experiência acontecer. Nem sempre é fácil por conta do preconceito e falta de informação, mas é do homem o papel de desmitificar o assunto para a parceira.

Em primeiro lugar, a estudante Nathalia A. derrubou a ideia de que o ato é ruim e não dá prazer para a mulher: “topo, gosto e recomendo”, disse. Segundo ela, quando há cumplicidade no relacionamento, não tem o que dar errado. “Buscar posições e testar acessórios só torna o sexo mais divertido”, acrescentou. A enfermeira Bruna Marques compartilha da mesma opinião e enxerga o sexo anal como mais uma maneira de dar e receber prazer. “Basta se conhecer, os dois terem paciência, carinho e jeitinho”, descreveu.

Bruna apontou a falta de conhecimento sobre a quantidade de terminações nervosas na região do ânus como um dos motivos para não explorar o tipo de relação. “É fato que para a maioria dos homens o sexo anal é um fetiche, não custa nada a gente pelo menos tentar, se não tentar não dá pra saber se vai gostar”, argumentou a enfermeira. Foi caso da musicista Mariana Freitas que experimentou, mas não gostou da experiência.

A parceira é estreante na modalidade? Tentar virá-la na hora do sexo, sem ter sequer tocado no assunto, não é uma boa forma de começar. E dizer que leu uma reportagem em que as mulheres contaram gostar de sexo anal não resolverá o problema. Não precisa também fazer do assunto uma conferência. “Depende do relacionamento. Mas eu prefiro que seja conversado antes, não combinado, mas sim com algumas indiretas e tentativas que despertem o desejo”, opinou Mayara Neves.

"Uma conversa antes para a parceira se preparar" é o conselho da atendente de crédito Nathalie Cardoso. Mariana sugere que o homem pergunte à parceira se ela sente prazer na região e, durante o ato, estimule com carícias. Mas o assunto sexo anal pode ser abordado de forma menos formal, na cama. “Pouco a pouco ele acaba demonstrando, ‘errando’ o local da vagina e cabe à mulher entender o que o homem pretende e atender a necessidade dele ou não”, descreveu a encarregada administrativa Viviane Silva.

“O corpo fala”, disse Bruna. Segundo a enfermeira, o homem pode se aproximar aos poucos do ânus e analisar as reações da mulher. “O sexo anal é uma conquista que o homem precisa conduzir com paciência, cuidado e sem esquecer o lubrificante. Se ela não gostar, vai se esquivar e aí cabe o bom senso”, afirmou. Mesmo que a parceira não tope na primeira tentativa, os estímulos na região, se provocarem prazer, farão com que ela busque informações e crie coragem para fazer, disse Natalia A.

Por outro lado, a tentativa pode ser um fracasso e até acabar em uma briga. Neste caso, Bruna aconselha uma conversa mais séria sobre o assunto para descobrir o motivo da recusa. “Dependendo da resposta, vale falar com ela sobre o ato, explicar que com carinho e lubrificante tudo se encaixa e dar informações”, explicou.

<p>As entrevistadas contaram que desinformação, preconceito e crença de que é uma prática vulgar bloqueiam muitas mulheres a viver a experiência. Buscar informações pode ajudar a começar a experiência</p>
As entrevistadas contaram que desinformação, preconceito e crença de que é uma prática vulgar bloqueiam muitas mulheres a viver a experiência. Buscar informações pode ajudar a começar a experiência
Foto: Getty Images
Sexo anal: medo e preconceito

As entrevistadas contaram que desinformação, preconceito e crença de que é uma prática vulgar bloqueiam muitas mulheres a viver a experiência. “Algumas veem o sexo anal como uma prática dolorida e anti-higiênica, que só dá prazer ao homem”, exemplificou Nathalia A. Outras, segundo Mariana, acham que o ato coloca-as em situação de submissão ao homem. Ainda algumas temem o afrouxamento do ânus, citou Bruna.

Em parte, mulheres que tiveram uma experiência ruim são responsáveis pelos relatos que intimidam as iniciantes. Porém, Bruna explica que desde criança as mulheres são reprimidas e não recebem qualquer estímulo ao desenvolvimento a sexualidade, diferente dos homens. “Nós acabamos bloqueadas para certas coisas. Tem mulher que diz que o lugar certo para o sexo é só a vagina, pois foi essa a criação, geralmente cristã, que receberam”, justificou. A enfermeira, que na adolescência teve que buscar informações sobre sexo na internet, acredita na pesquisa como saída para o casal. 

Fonte: Terra
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