Dia Mundial da Menopausa: mesmo ainda considerado tabu, especialistas explicam como viver melhor esse ciclo
Hoje (18), é o Dia Mundial da Menopausa. Ainda considerado momento desafiador da vida da mulher, especialistas trazem outra visão da fase
Mais do que uma transição biológica, a menopausa é um rito de passagem. Marca o fim do ciclo reprodutivo, mas abre espaço para um novo olhar sobre o corpo, as emoções e a saúde integral da mulher. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30 milhões de brasileiras estão atualmente na menopausa, e esse número deve dobrar nas próximas duas décadas.
Dia Mundial da Menopausa: especialistas explicam o cuidado total da mulher
Entre ondas de calor, alterações de humor e mudanças metabólicas, a fase pede uma abordagem ampliada: física, emocional e até espiritual. É o que especialistas têm defendido como o cuidado 360º da mulher madura, um olhar integrativo que une a medicina, a nutrição, a estética, a quiropraxia e a psicanálise como caminhos de equilíbrio e autoconhecimento.
A menopausa e o corpo que pede atenção
Para a ginecologista e obstetra Dra. Larissa Pires, compreender o que acontece no organismo é o primeiro passo para enfrentar essa fase com tranquilidade.
"A queda dos hormônios femininos afeta o sono, o humor, o metabolismo e até a lubrificação íntima. É fundamental conversar com um médico sobre reposição hormonal, alimentação adequada e mudanças no estilo de vida. A menopausa não deve ser sinônimo de sofrimento, mas de cuidado e autocompaixão", ressalta. A médica também destaca a importância de manter exames em dia, praticar atividade física e cultivar boas noites de sono, hábitos que reduzem sintomas e fortalecem a saúde cardiovascular e óssea.
Nutrição e equilíbrio: o papel dos alimentos na nova fase
A alimentação tem impacto direto na forma como o corpo reage às oscilações hormonais. A nutricionista Clariana Colaço explica que os alimentos certos podem amenizar sintomas e ajudar na regulação metabólica. "Alimentos ricos em fitoestrógenos, como soja, linhaça e grão-de-bico, ajudam a equilibrar os níveis hormonais naturalmente. Já o consumo de frutas vermelhas, vegetais verdes-escuros e gorduras boas é essencial para proteger o coração e a pele", orienta. Clariana lembra ainda que o açúcar e os ultra processados devem ser evitados, pois aumentam inflamações e pioram sintomas como inchaço e alterações de humor. "Comer bem é uma forma de se cuidar. Cada refeição pode ser um ato de amor-próprio", afirma.
Pele e autoestima: o reflexo das transformações hormonais
A mestre em Engenharia Biomédica e especialista em Medicina Estética, Talita Bovi, destaca que a pele é um dos primeiros órgãos a manifestar as mudanças da menopausa. "O estrogênio é responsável por manter a firmeza, a elasticidade e a hidratação da pele. Quando ele diminui, a pele tende a ficar mais seca e fina, por isso a rotina de cuidados precisa mudar", explica.
Coluna, dor e movimento: a menopausa também se reflete na postura
Com a queda hormonal, o corpo feminino sofre redução da densidade óssea e da força muscular, o que pode afetar a postura e causar dores articulares. A quiropraxista Lidiane Garbim lembra que a coluna também sente os efeitos dessa fase. "Com o passar dos anos, o corpo passa a se ajustar a novas formas de se equilibrar. A quiropraxia auxilia na mobilidade, reduz dores e previne desgastes articulares, especialmente na região lombar e cervical", explica. Segundo Lidiane, pequenas mudanças de rotina fazem diferença: alongar-se ao acordar, manter boa ergonomia no trabalho e buscar movimentos conscientes. "A mulher madura precisa entender que cuidar da coluna é cuidar de si. O movimento é um poderoso remédio para a saúde e para a mente", reforça.
A mente e o coração: o novo significado dessa fase
Se o corpo muda, a mente também busca um novo ritmo. Para o psicanalista quântico Jorge Guedes, a menopausa é também um convite ao reencontro com a própria essência. "É o momento de olhar para dentro com amor e escuta. As transformações do corpo refletem um novo ciclo da alma. O silêncio, o riso e a leveza precisam voltar a ter espaço na vida da mulher", afirma.