Uva-passa? Por que alimento 'protagonista' da ceia de Natal causa tanta polêmica
Presença polêmica em pratos clássicos, fruta desidratada mistura memória afetiva, contraste de sabores e benefícios à saúde
A noite de Natal é um momento de alegria, mesa farta e celebração familiar, mas também uma ocasião que guarda uma polêmica gastronômica. Uva-passa: ter ou não ter? A fruta desidratada acumula fãs e 'haters' na mesma medida e torna-se sempre um assunto durante as refeições natalinas. Sua presença em pratos típicos como farofa, salpicão e até mesmo no arroz costuma dividir opiniões. Para a chef de cozinha Yandara Karuna, o motivo é a surpresa causada pela uva-passa.
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"Acho que toda essa polêmica acontece pela estranheza de estar comendo algo salgado e, de repente, mastiga-se um ingrediente doce", diz ela, que assina o cardápio do Surubar, na Lapa, Zona Central do Rio de Janeiro. Outro ponto a ser considerado é a textura da fruta, levemente enrugada, e que pode desagradar alguns paladares.
"A textura às vezes incomoda, além desse contraste de sabor. Por vezes, a memória de estar comendo uma farofa, por exemplo, é ligada ao bacon e cebola, quando no Natal opta-se pela uva-passa e gera esse desconforto", complementa.
Apesar de polêmica, a uva-passa é uma fonte rica em fibras. É fabricada majoritariamente em países como Turquia, Chile e Estados Unidos e submetida a processos rigorosos de secagem, seleção e exportação para atender padrões de qualidade.
Outro aspecto relevante sobre a iguaria é a capacidade de regulação do funcionamento intestinal e o auxílio na prevenção de quadros como prisão de ventre, bem como a contribuição para regular os níveis de colesterol. É boa fonte de cálcio e, deste modo, atua na saúde dos ossos.
Embora apareça com maior holofote no Natal, época em que o sentimento de esperança se torna protagonista, e tenha tantos predicados saudáveis, a uva-passa está longe de ser unânime. No fim, o gosto pessoal acaba sendo o determinante para a decisão de aprovação ou repúdio. Neste caso, para manter o bom ambiente, aplica-se a velha máxima: 'o freguês, ou o familiar, tem sempre razão'.