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Chef Ferran Adrià revelará DNA do Bulli em exposição em Nova York

26 abr 2013 - 10h22
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Através de desenhos que ele mesmo fez para criar os pratos do Bulli, restaurante que já foi tido como o melhor do mundo, o chef espanhol Ferran Adrià revelará os segredos da cozinha de vanguarda e seu processo criativo em uma mostra que será inaugurada em Nova York a partir de janeiro de 2014.

"Com esta exposição de desenhos explicarei às pessoas que o fato de criar não é algo isolado, mas segue toda uma metodologia por trás do processo de trabalho", afirmou à Agência Efe o chef catalão.

Adrià se encontra em Nova York para acompanhar o segundo leilão da casa Sotheby's que venderá parte dos vinhos da adega do Bulli, além de alguns móveis e utensílios, para arrecadar fundos para Fundação que leva o mesmo nome do restaurante que fechou suas portas em 2011.

Antes do leilão, o cozinheiro falou sobre alguns de seus projetos na 'Grande Maça' e mostrou grande entusiasmo perante esta exposição de desenhos que será montada no próximo ano no bairro do SoHo, a qual pretende ensinar ao publico os segredos dos pratos "que faziam as pessoas felizes".

"A palavra felicidade ultimamente se mostra muito esquecida, sendo que ela é a mais importante. A comida tem uma força brutal para gerar felicidade. Na cozinha do Bulli fazíamos as pessoas felizes", apontou o espanhol.

Embora ainda não tenha intenção de abrir um restaurante na cidade dos arranha-céus, o chef declarou que, se seu irmão Albert Adrià, conhecido como "o chefe dos negócios", decidir vir a Nova York, ele o acompanhará.

"Só faríamos isso se nosso negócio apresentasse algo diferenciado e se pudéssemos ser importante para ajudar e reforçar a gastronomia espanhola", assegurou.

Mesmo sem uma ideia concreta, a mente do cozinheiro já sabe o que fazer para conquistar o paladar dos nova-iorquinos: seria um restaurante "mais informal", onde "as pessoas se serviriam de tapas (aperitivos) contemporâneas".

Neste aspecto, Adrià assinalou que há outros grandes chefs que já estão fazendo isso nos Estados Unidos, como é o caso de José Andrés e Dani García, que acabam de abrir o Camomila Spanish Brasserie, um restaurante com o qual pretende trazer as raízes andaluzas à cidade cosmopolita.

"Nós já tivemos o Bulli, nosso lugar tão sonhado. Já conseguimos tudo o que poderíamos sonhar", afirmou Adrià, que assegurou não sentir saudades de suas fornalhas porque sua máxima prioridade neste momento é o projeto cultural da Fundação O Bulli.

O projeto, que será iniciado a partir de 2015, contará com um restaurante que abrirá somente um mês ao ano, embora "isso seja parte de outra história".

Além de um restaurante próximo do que foi o Bulli, Adrià explicou que o projeto também será um centro experimental, onde "o importante será criar criadores de pratos". No entanto, o chef deixou claro que não se trata de uma escola, mas "um lugar de pensamento".

Segundo o cozinheiro espanhol, a Fundação é um projeto "arriscado e que se encaixaria perfeitamente em Nova York", já que, logo depois de ter pisado na cidade, encontrou muitos interessados em ajudar e participar do projeto.

Por isso que após o êxito do primeiro leilão, que foi organizado pela Sotheby's em Hong Kong no último 2 de abril e arrecadou US$ 1,8 milhões para a Fundação, as expectativas postas no leilão de hoje são altas para o chef espanhol.

Neste, os colecionadores poderão comprar garrafas assinadas e com o selo do Bulli, o avental que traz várias estrelas Michelin e outros móveis e utensílios com os quais Adrià elaborou as criações gastronômicas mais inovadoras.

Os admiradores da cozinha de vanguarda também poderão leiloar um jantar com o chef em Barcelona, algo que no último leilão de Hong Kong alcançou um preço de US$ 25 mil.

"Jantar comigo não acho que seja o mais interessante. É preciso vê-lo como uma doação à Fundação", afirmou o cozinheiro, que, como amante do futebol, ressaltou que pagaria para ter um jantar com Lionel Messi, a estrela do Barcelona.

EFE   
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