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Nova geração de crianças é mais alta no Brasil; obesidade ficou mais comum

Após analisar dados de 5 milhões de crianças brasileiras, pesquisa revela que elas estão, em média, 1 cm mais altas que a média; a obesidade afeta mais de 10%

3 abr 2024 - 11h45
(atualizado às 15h57)
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No Brasil, as crianças estão ficando mais altas e, de forma paralela, a porcentagem de pequenos afetados pela obesidade infantil está crescendo. É o que revela um novo estudo publicado, nesta semana, na revista científica The Lancet Regional Health - Americas.

Foto: Varyapigu/Envato / Canaltech

No total, 5,7 milhões de crianças brasileiras, de 3 a 10 anos, contribuíram com a pesquisa sobre a altura e o nível de obesidade no Brasil. Os dados sobre saúde da nova geração foram coletados entre 2001 e 2014, e geram alerta entre os especialistas.

Crianças mais altas no Brasil

Para determinar o aumento da altura média entre as gerações, foram comparadas as alturas de quem nasceu entre 2001 a 2007 e 2008 a 2014. A conclusão é que, independente do sexo, elas estão cerca de 1 cm mais altas. A maior estatura "está associado a desfechos positivos na saúde, como menor probabilidade de doenças cardíacas, derrame, e maior longevidade", afirma Carolina Vieira, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e líder da investigação, em nota.

As crianças brasileiras estão mais altas, e prevalência da obesidade infantil aumentou (Imagem: Freepik)
As crianças brasileiras estão mais altas, e prevalência da obesidade infantil aumentou (Imagem: Freepik)
Foto: Canaltech

Além disso, "o crescimento na altura das crianças brasileiras reflete o desenvolvimento econômico e as melhorias das condições de vida de anos passados", pontua. No contexto brasileiro, dados coletados entre as décadas de 50 a 80 já apontavam para essa tendência, que se mantém.

Em outros países emergentes, o aumento da altura também pode ser observado ao longo dos últimos anos. São os casos da China, Coreia do Sul, Sudeste Asiático, Oriente Médio, Norte da África, América Latina e Caribe. 

Aumento da obesidade infantil

Quando se analisa o Índice de Massa Corporal (IMC), é possível observar um aumento de 0,06 kg/m2 entre meninos e 0,04 kg/m2 entre meninas. Para os autores, as trajetórias médias do IMC "mudaram pouco". No entanto, o que acende o sinal vermelho é a questão da prevalência da obesidade.  

Na comparação , a prevalência de excesso de peso para a faixa etária de 5 a 10 anos aumentou 3,2% entre meninos e 2,7% entre meninas. Em relação à obesidade, a porcentagem foi de 11,1% para 13,8% entre os meninos e de 9,1% para 11,2% entre as meninas. É um aumento de 2,7% e 2,1%, respectivamente, entre os dois grupos.  

No caso das crianças de 3 e 4 anos, também ocorreu o aumento de peso, mas em menor escala. O sobrepeso afeta 0,9% dos meninos e 0,8% das meninas. Enquanto isso, houve um aumento da obesidade de 4% para 4,5% nos meninos e de 3,6% para 3,9% nas meninas. O crescimento foi de 0,5% e 0,3%, respectivamente.   

Como a obesidade é uma questão multifatorial, não existe um único motivo para explicar o aumento da obesidade. No entanto, os autores destacam dois comportamentos relacionados:

  • Mudança na dieta das crianças privilegiando o consumo de alimentos ultraprocessados — aqueles que são ricos em carboidratos, gordura saturada, açúcar e sal;
  • Aumento do sedentarismo e da inatividade física das crianças.

Diante do atual contexto, os autores defendem que "há necessidade de desenvolver estratégias de intervenções precoces na vida para prevenir o desenvolvimento da obesidade", condição associada com risco elevado para doenças crônicas. As escolas podem ajudar nesse processo.

Além dos pesquisadores do Cidacs/Fiocruz Bahia, o estudo sobre as crianças brasileiras contou com a participação de cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (Ufmg) e a University College London.

Fonte: The Lancet Regional Health e Agência Fiocruz  

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