Usar celular antes de dormir aumenta significativamente o risco de insônia, diz estudo
Estudo revela como o uso do celular antes de dormir altera ritmos biológicos, afeta a qualidade do sono e aumenta significativamente o risco de insônia
Nos últimos anos, usar o celular antes de dormir se tornou quase um ritual moderno: checar mensagens, assistir a vídeos, "rolar" pelas redes sociais. Mas, enquanto a rotina noturna ganha estímulo, o cérebro perde descanso. E agora, um estudo robusto do Norwegian Institute of Public Health, publicado no periódico Frontiers in Psychiatry, reforça que esse hábito pode ser ainda mais prejudicial do que imaginamos.
A pesquisa, realizada com 45 mil participantes, mostrou que apenas uma hora de exposição à tela antes de dormir aumenta o risco de insônia em 59%. Um dado impressionante que ajuda a explicar por que tantas pessoas relatam cansaço crônico, dificuldade para adormecer e sensação de sono pouco reparador.
Como as telas atrapalham o descanso?
Segundo os pesquisadores, o impacto negativo está diretamente relacionado ao tempo de uso - e não importa se a pessoa está vendo vídeos, jogando ou apenas navegando nas redes. Isso ocorre por alguns motivos principais:
1. Atraso na liberação de melatonina
A luz azul emitida pelo celular imita a luz natural e "engana" o cérebro, que interpreta que ainda é dia. Resultado: o hormônio do sono demora mais para ser produzido.
2. Redução do tempo total de descanso
O estudo mostrou que o uso de telas antes de dormir reduz, em média, 24 minutos de sono por noite.
3. Aumento do estado de alerta
Mesmo conteúdos leves mantêm o cérebro ativado, dificultando o relaxamento necessário para adormecer.
4. Sono fragmentado
Quem utiliza telas à noite tem maior probabilidade de acordar várias vezes durante a madrugada. O efeito acumulativo disso? Fadiga, irritação, dificuldade de concentração e sensação de esgotamento logo pela manhã.
Por que isso importa: saúde mental e desempenho no dia a dia
A privação de sono, mesmo em pequenas doses, está diretamente ligada a ansiedade, depressão, irritabilidade, baixa capacidade de foco, queda no rendimento acadêmico e profissional e maior vulnerabilidade ao estresse. Dormir bem não é luxo: é um dos pilares mais importantes para a saúde física e emocional.
Como proteger o seu sono em tempos de hiperconexão
Os especialistas oferecem recomendações simples, mas eficazes:
- Desconecte-se pelo menos uma hora antes de dormir: é o tempo que o cérebro precisa para desacelerar;
- Desative notificações noturnas: evita despertares desnecessários e reduz a antecipação de mensagens;
- Prefira atividades de relaxamento: troque o celular por um livro físico, música suave, alongamento leve ou respiração consciente;
- Crie um ritual noturno de desaceleração: ele sinaliza ao corpo que é hora de dormir e ajuda a regular o ritmo biológico.
Cuidar da higiene do sono pode ser uma das mudanças mais simples - e mais transformadoras - da sua rotina. No ritmo acelerado da vida moderna, permitir-se descansar é um gesto profundo de autocuidado, equilíbrio emocional e saúde integral.