Claudia Raia, Fafá de Belém e mais famosas enfrentam velhofobia: “Não está se cuidando"
Raia, que foi mãe recentemente, foi atacada nas redes: “Nossa, não está se cuidando. Cara de 60"; qual o problema em ser velho?
Quando falamos de etarismo e velhafobia, sem dúvida as mulheres protagonizam os maiores ataques. Basta olhar o exemplo de famosas que estão com 50 anos ou mais: a atriz Claudia Raia, por exemplo, recebeu ataques nessa quinta-feira (30), após postar foto com seu filho recém-nascido.
"Você está ficando careca ou é cabelo branco?”, escreveu um internauta. Outro disse: “Nossa, não está se cuidando. Cara de 60". "Carregando o neto. Que maravilha", ironizou uma.
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O etarismo é um tipo de preconceito praticado contra pessoas velhas, que passam a ser vistas como inúteis e sem valor. O Terra já havia adiantado em reportagem que, em 2021, um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais (UN DESA) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) mostra dados alarmantes.
Segundo o estudo, estima-se que uma em cada duas pessoas no mundo tenha atitudes que discriminam os idosos e contribuem para piorar a saúde mental dos mais velhos. A antropóloga Mirian Goldenberg, especialista no tema, escreve no livro “A arte de gozar” que estamos começando a tirar os óculos da velhofobia, que só enxerga feiura, decadência e doença na velhice, para enxergar beleza, alegria, prazer e tesão na maturidade.
"A verdade é que não considero tão relevante a palavra que escolhemos para denunciar a discriminação contra as pessoas mais velhas, seja etarismo, idadismo, ageísmo ou velhofobia. Só que, desde 2017, percebi que velhofobia tem um impacto maior nas pessoas que desejam combater a violência e o abuso contra os mais velhos”, aponta a escritora.
Famosas na luta
Não é só Claudia Raia que enfrenta os ataques. Hoje, diversas atrizes, cantoras, entre outras personalidades, estão sendo porta-voz da causa e dando verdadeiras lições. Confira!
Ingrid Guimarães
“Quem estipulou que o game acabou? Se vc for pensar, que somos sobreviventes de uma pandemia, que ainda estamos aqui. Depois de tantas mortes trágicas não deveríamos estar recebendo os parabéns?
Há pouco tempo conheci a palavra "velhofobia". E junto a ela, um monte de regras sobre o que não se pode mais. Luto contra ela todos os dias”.
Fafá de Belém
Em entrevista à revista "Quem", a estrela desabafou uma vez: “O Brasil é um país que despreza pessoas a partir dos 50. O envelhecer aqui é sinônimo de ser jogado fora”.
Recentemente, a cantora escreveu mais sobre o assunto em seu Instagram: “Sobretudo depois dos 50 anos de idade, eu ouço direta ou indiretamente que “meu tempo acabou”, que “estou velha pra inventar moda”. Quando a gente se depara com esse tipo de comentário, é difícil não se afetar, porque todos temos as nossas fragilidades pessoais e muitas vezes, uma simples frase nos traz uma série de consequências”.
Andréa Beltrão
A atriz fez um vídeo refletindo sobre etarismo e citando algumas ofensas disfarçadas de elogios que comumente recebe. "Nossa, Andréa, você tem 58 anos? Mas você está ótima", diz. "Mesmo que a intenção seja boa. Elogio com 'mas' não é elogio", continua. Por fim, a atriz enfatiza: "Eu tenho 58 anos e estou ótima; eu tenho 58 anos e estou cheia de energia; eu tenho 58 anos e me sinto maravilhosa. Sem nenhum 'mas'."
