Com pequenas mudanças, quarto de criança vira de adolescente
Pais costumam ter dificuldade em imaginar que seu bebê recém-nascido logo vai crescer e se tornar um adolescente. Mas na hora de planejar o quarto do seu filho é bom levar isso em conta. Para o bem do seu bolso. Pensando nisso, muitos arquitetos hoje projetam quartos de criança que, com pequenas alterações, podem servir perfeitamente para um adolescente.
A arquiteta Paula Ferraz, de São Paulo, explica que é preciso pensar formas de adaptar os móveis para as diferentes fases da vida da criança. O berço, por exemplo, deve ser colocado em um lugar onde haja espaço para uma futura cama. Já o futuro balcão de estudos pode ser instalado já no quarto do bebê e servir para guardar brinquedos antes que estes sejam substituídos por livros.
Marília de Campos Veiga, arquiteta que também atua em São Paulo, afirma que os móveis maiores, como cama e armário, podem ser mais definitivos. Já prateleiras e cabideiros podem ser trocados com o passar do tempo.
Tanto Marília quanto Paula dizem que uma das formas de atualizar a decoração é trocar os adornos ao longo dos anos. Pintar a parede e trocar quadros, roupa de cama e almofadas são medidas simples que fazem a diferença. Se a cama e os armários são de cores neutras, sem muita informação, pode-se trabalhar a cor da parede, trocar quadros e adesivos, colocar roupas de cama temáticas. Ao longo do tempo, a estética do cômodo muda conforme o dono do quarto cresce.
Um recurso utilizado por Paula Ferraz para dar essa versatilidade ao ambiente é decorar o quarto com adesivos, que podem ser trocados facilmente. Para um quarto de criança que tinha o Homem Aranha como tema ela adesivou um painel de madeira com a imagem do super-herói. “Se o tema muda, o painel permanece e pode receber outras imagens, dependendo da fase da criança ou do adolescente”, explica Paula.
Nem tudo, porém, pode ser aproveitado em qualquer fase da vida da criança. “Existe a questão da ergonomia. Se fizermos uma escrivaninha para uma criança de cinco anos, o tamanho (altura da mesa e cadeira) será diferente do que para uma criança de dez”, afirma Marília de Campos Veiga. O que pode ser aproveitado é a cama. “É interessante fazê-la no tamanho tradicional, só tomando cuidado para não ser muito alta”, complementa Marília.
Cores que duram
Outra dica para adaptar o quarto a diferentes faixas etárias é pintá-lo com cores que funcionam bem para qualquer idade. Para um quarto de uma menina de oito anos, a arquiteta Carla Dichy, de São Paulo, escolheu tons de violeta. “É uma cor feminina, suave, mas ao mesmo tempo não é muito infantil”, explica. Os móveis são todos brancos e os detalhes, em lilás. Basta trocar os enfeites para ter um quarto completamente diferente.
Já a dupla de arquitetas Daniella e Pricilla de Barros, também de São Paulo, elaborou um quarto para duas meninas de seis anos com um painel único com patchwork em tons de rosas e branco na parte superior, ligando as duas camas. O quarto pode servir perfeitamente para meninas de 15 anos, basta mudar os objetos decorativos.