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Salto fantasma e superplataforma; veja 10 sapatos curiosos

21 fev 2013 - 07h44
(atualizado às 07h51)
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Sapatos de saltos altíssimos, amarrações, materiais reluzentes, aplicações. Se muitas vezes olha para os looks de passarelas ou de personalidades e acha os modelos curiosos ou até bizarros, saiba que a história está repleta de acessórios de causar espanto.

Muitos foram criados para funções práticas, já outros envolviam preferência masculina, no caso dos modelos chineses que comprimiam os pés, deformando-os. Conheça um pouco da história dos sapatos, que vão muito além dos Louboutins, Ferragamos, Manolos, Jimmy Choos de hoje.

Tamanco de banho

Estruturas com dois grandes saltos marcaram a indumentária do Império Otomano (1299 a 1922), berço da atual Turquia. Os chamados nalin eram usados durante os banhos turcos ou para atividades do dia a dia e foram criados para proteger os pés da água, umidade e da sujeira. Eram feitos de madeira e decorados com metais, pedras preciosas, cascos de tartaruga. As tiras dos tamancos eram feitas de tecido ou couro e também podiam ser decoradas. Os nalin eram feitos em diversas alturas - de 5 cm a 30 cm, o que indicava o status do dono na sociedade, assim como a quantidade de adornos. Os tamancos eram dados como dote à futura noiva. Não é mais usado e atualmente artesãos fabricam os modelos como souvenir para turistas. Nos dias de hoje, uma versão mais baixa e mais básica é usada nos banhos turcos, a takunya, mas cada vez mais perde espaço para modelos feitos de borracha.

Sapato de sola solta

No século 17, quando os homens usavam tamancos para proteger as botas com saltos durante as cavalgadas, algum designer teve a ideia de criar sapatos de saltos com uma base. Segundo historiadores, a parte da frente do solado era presa na base, mas o salto ficava solto, o que produzia bastante barulho ao caminhar.

<p>Chinelos com plataformas podem alcançar até 14 cm de altura e protegem quimonos da sujeira</p>
Chinelos com plataformas podem alcançar até 14 cm de altura e protegem quimonos da sujeira
Foto: Lau Chan/Flickr / Divulgação

Okobo

Chinelos com plataformas de 14 cm, feitas com um pedaço de madeira sólida, são usados até hoje no Japão. Parte do traje de gueixas, o modelo foi criado para evitar que as muitas camadas de tecido nobre do quimono fossem arrastadas pelo chão. O formato do solado faz com que a mulher pise com o meio dos pés, o que produz um som que deu origem ao nome do acessório. Em geral, a madeira é usada sem acabamentos, mas tradicionalmente a cor indicava em que estágio de formação estava uma maiko, aprendiz de gueixa. O vermelho indica que se trata de uma novata, já o amarelo que a gueixa está prestes a completar sua educação. Foram criados no século 18 e hoje são usados em número reduzido.

Chopine

Trata-se da versão italiana dos nalin turcos. Sapatos com base de madeira fazem parte da história de diversos países e, para a Itália, a ideia dos modelos altíssimos foi levada por viajantes que faziam comércio com o Império Otomano. Foi popular entre os séculos 15 e 18 e, quanto mais alto, maior era o status da cortesã que pisava sobre os acessórios. Há relatos de chopines com até 50 cm de altura. Os sapatos foram citados na peça Hamlet, de Shakespeare.

Patten

Não era um sapato, mas sim uma estrutura usada para proteger o sapato. Foi usado na Europa desde a Idade Média até o século 20, evoluindo um pouco na forma e material nesse período. Fazia parte da indumentária de mulheres e de homens de baixa renda. Uma estrutura de metal ou madeira mantinha uma sandália com tiras suspensa, onde o pé era encaixado. Assim, pés e roupas ficavam longe da sujeira do chão e da lama das ruas sem pavimento. Havia também patten sem saltos. Chegou a ser proibido em igrejas, provavelmente pelo barulho que provocava no piso dos locais.

Lotus

<p>Lotus fazia referência ao formato dos pés de mulheres que tinham essa parte do corpo dobrada e amarrada, a fim de evitar seu crescimento</p>
Lotus fazia referência ao formato dos pés de mulheres que tinham essa parte do corpo dobrada e amarrada, a fim de evitar seu crescimento
Foto: Daniel Schwen/Wikipedia / Divulgação

Foi mais do que um simples modelo de sapato. O nome fazia referência ao formato dos pés de mulheres que tinham essa parte do corpo dobrada e amarrada, a fim de evitar seu crescimento. Foi tradição na China do século 10 até o começo do 20. Apesar de ser uma deformidade, mulheres com pés pequenos eram consideradas mais atraentes. A prática de 'dobrar' o pé era feita apenas em mulheres de classes mais altas e nas filhas mais velhas de famílias mais modestas, se houvesse a intenção de que a moça se tornasse uma 'dama' quando adulta.

Essas mulheres jamais trabalhariam, ao contrário das demais que poderiam realizar trabalhos domésticos ou até rurais. Era comum que as próprias damas fizessem seus sapatos, para demonstrar habilidades e, após o casamento, deveriam presentear as mulheres da família do marido com peças criadas por elas próprias. Em 1991, uma fábrica de sapatos na China lançou uma linha especial para mulheres que tinham tido os pés deformados quando jovens e vendeu 2 mil pares por ano até 2009, quando passou a produzir apenas sob encomenda para atender às poucas sobreviventes da dolorosa tradição.

Paduka

Olhando para o modelo mais antigo já feito na Índia, parece que falta alguma coisa. Era feito de solado e uma peça para encaixar a região entre o dedão e o segundo dedo. As formas podiam ser de um pé ao formato de peixe, e os materiais madeira, marfim ou metal. Os mais decorados eram parte do enxoval de noivas ou oferecidos em rituais religiosos. Atualmente são usados por seguidores de algumas religiões. Já foram encontradas padukas com spikes usados para a prática de sadomasoquismo.

Armadillo

O modelo de sapato com plataforma altíssima, que lembrava o formato de um tatu, fez parte da coleção verão 2010, a última criada pelo estilista Alexander McQueen antes de sua morte, em fevereiro de 2010. O desfile e as roupas faziam referência à teoria da evolução de Darwin. Itens extravagantes assim geralmente permanecem apenas como acessórios para uso nas passarelas, mas foram fotografados nos pés da socialite Daphne Guinnes, em um evento nos Estados Unidos.

Salto fantasma

Antonio Berardi criou sapatos sem saltos aparentes em 2007 (por isso o nome phanton, fantasma em inglês). A falta de apoio dá a impressão de desconforto, mas o estilista explicou que o segredo está na plataforma, que é mais larga do que a convencional, proporcionando apoio total aos pés. Victoria Beckham usou botas de canos longuíssimos em 2008 e desde então o modelo vem se popularizando. Atualmente, ainda é destaque nas coleções de marcas diversas, inclusive no Brasil. Outra celebridade que aposta no modelo é Lady Gaga. Em 2011, foi vista com sapatos altíssimos, sem saltos atrás e com plataforma que chegam a 25 cm, criados pelo designer japonês Noritaka Tatehana. Ele revelou que sua inspiração vem dos modelos chopine, italianos, e dos sapatos do período Edo do Japão.

<p>Lady Gaga usou em 2011 bota com spikes com plataforma altíssima e sem salto, do designer Notitaka Tatehana</p>
Lady Gaga usou em 2011 bota com spikes com plataforma altíssima e sem salto, do designer Notitaka Tatehana
Foto: Getty Images

Superplataforma

Vivienne Westwood trouxe para os anos 1990 as plataformas enormes e desconfortáveis para caminhar, que aparecem ao longo da história dos calçados em todo o mundo. A inglesa investiu na criação de sapatos porque não encontrava quem fizesse os modelos de que precisava para criar seus looks. Desde os anos 1970, criou sapatos que misturavam fetiche, surrealismo, exageros, incluindo um sapato de plataforma e saltos altíssimos que derrubou a modelo Naomi Campbell na passarela durante desfile da temporada inverno de 1993. O sapato e o fato se transformaram em ícones da moda e marcam o segmento desde então. "Gosto de literalmente pôr as mulheres em um pedestal", disse.

Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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