Walerio Araújo venceu o concurso Art Experience, patrocinado por Le Parfums Salvador Dalí. Os estilistas foram convidados a criar modelos inspirados no movimento surrealista. A atriz Giselle Itié foi a musa do concurso e participou de sessões de fotos referentes ao tema. Walério venceu com um vestido em que a foto da atriz estava estampada na frente, com pedras vermelhas aplicadas nos lábios, e volumes com tule atrás. Gisele desfilou o vestido ao lado do estilista, que ganhou uma viagem à Flórida, para conhecer o The Dalí Museum
O estilista Arnaldo Ventura abriu o line-up principal da noite com o Hino Nacional no início da trilha sonora. Sua coleção chamada Copa? tinha inspiração no futebol, mas de forma muito sutil. Nada caricato, o estilista deixou a principal referência à estampa exclusiva, que trazia um jogo gráfico sobre fotos de bolas e de torcedores. Tudo misturado de forma delicada, em tons de cinza. O desenho apareceu nos looks finais dos desfiles, em shorts, blusas e casacos, além de vestidos curtos e longos, como no fluido comprido, com decote nas costas desfilado por Renata Kuerten
O inverno de Ventura, tanto para o masculino quanto para o feminino, vem bem comercial, com saias-lápis com aplicações de fitas, ou mais amplas, vestidos justos de malha arrastão ou lã paetizada, sarja nos tops, minivestidos com corte de alfaiataria, tops
Danilo Costa mantém seu estilo de traduzir o universo infantil em suas roupas
Dessa vez, inspirado na decoração, trouxe peças masculinas e femininas com tecidos que lembravam pelúcia com animal print e estampas com tigres e bambis. Destaque para casacos, vestidos e pulôver de tricô azul, bem feitos para esquentar os dias frios
A Gralias, de Julia Guglielmetti e Grazi Cavalcanti, tem como conceito trazer o universo do figurino e das artes cênicas para a moda. Inspirada no jogo jokenpô (pedra, papel e tesoura), o resultado foram vestidos de telas com fios de lãs aplicados criando volumes, blusas com mãos vazadas e estampas com miniaturas de mão nas poses do jogo. Os sapatos de plataforma vinham em cores fortes. Uma boa coleção de figurino, mas para a moda de rua, difícil de usar
Na estreia no line-up principal, a coreana Yoon Hee Lee se inspirou nos animais de decoração, com nove looks em que o pink e o verde-limão predominavam em vestidos com telas, rendas e tules misturados a estampas de gatinhos. Nos pés, sapatos e sandálias desenhadas pela baixinha estilista, alguns com três andares de plataforma, chegando quase a 20 cm de altura. Todos nas cores dominantes da coleção. Uma gostosa brincadeira
Gustavo Carvalho veio com seu feminino inspirado na artista plástica Lygia Clark. A geometria de sua obra foi traduzida em belas peças de corte seco, com o bom uso de moletom, couro sintético e neoprene telado. O estilista, que já foi assistente de Reinaldo Lourenço, mostrou que aprendeu a lição de moldar e estruturar bem as peças, mesmo em materiais que não ajudam muito, como o moletom. O garoto apostou na limpeza das roupas, algumas com shape anos 60, e acertou na mão. Esperamos as próximas coleções
O estreante Igor Didona abriu a série com roupas masculinas inspiradas no pintor gótico Michael Hussar, com mistura de vestes de igreja e fetichismo. O detalhe é que nada foi exagerado e as peças em preto, branco e off white são fáceis de usar, mesmo para os homens não tão modernos. Ele fez bom trabalho com piquê presente em bermudas e jaquetas, além de sarja resinada e couro sintético. Como complementos, pérolas, inclusive nos rostos de alguns modelos. Efeito de passarela interessante
Rober Dognani fechou a noite com sua inspiração nas roupas do deserto e peças que remetem às burcas, numa imagem que lembra criações de Pierre Cardin dos anos 60, com seus capuzes arredondados
A cobertura do corpo feminino, própria daquela região, vinha com detalhes sensuais, com transparências e placas de plásticos aplicadas que refletiam a luz, como no caftã final. Calças largas e mais curtas usadas com túnicas, além de vestidos longos de seda e materiais brilhantes compuseram a coleção do estilista
Anderson Tomaz, com sua marca Tilda, imaginou uma coleção com peças próprias do street style sendo usada numa festa chique. O resultado não convenceu muito, principalmente quando camisetas eram transformadas em longos estreitos quase impossibilitando o andar das modelos. O uso de materiais do avesso, como no vestido longo de jacquard de bolinhas, foi uma boa aposta, mas também complicado para andar. Aplicações de PVC e plástico enfeitavam alguns vestidos e bolsas em resultados duvidosos