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Pioneirismo feminino na moda afro-brasileira é celebrado no 2º dia do Feira Preta 2024

Evento que celebra cultura negra acontece no Parque do Ibirapuera, em SP, e tem o Terra como parceiro de mídia oficial

4 mai 2024 - 17h15
(atualizado às 17h22)
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Encontro na Feira Preta, em São Paulo, contou a história de figuras importantes na moda afro-brasileira
Encontro na Feira Preta, em São Paulo, contou a história de figuras importantes na moda afro-brasileira
Foto: Reprodução/Terra

O Palco Ayo do Festival Feira Preta, maior festival de cultura negra e economia criativa da América Latina, recebeu neste sábado (04), entre outros convidados, a palestra “Identidades na Moda: O Encontro das Tendências com a Ancestralidade”, que reuniu um grupo de mulheres responsáveis por disseminar a moda afro-brasileira em todo o mundo. 

Para contar suas histórias e como a moda entrou em suas vidas, a palestra recebeu Goya Lopes (Fundadora da Goya Lopes Design Brasileiro), Dete Lima (Estilista do Ilê Aiyê), Lia Samantha Lozano (Designer de Moda e Pioneira na Moda Afro-Colombiana) e Korotimi DAO (Burkina Faso). 

O papo mediado por Isa Silva (Estilista e Proprietária da Isaac Silva) começou com a história de Dete, que compartilhou como ver sua mãe vestir os orixás de candomblé a iniciou no mundo da moda afro. Com o surgimento do bloco Ilê Aiyê, que celebrou 50 anos de história e foi homenageado no Carnaval de Salvador deste ano, a estilista viu seu sonho ganhar espaço.  

“Eu pude dar vida a tudo que eu sonhava quando criança. O Ilê Aiyê me deu régua e compasso para eu chegar aqui hoje fazendo um trabalho de transformação ajudando a autoestima da mulher negra. Hoje eu agradeço por todas as mulheres negras, seu eu estou aqui e consegui fazer a transformar é porque sempre tive as mulheres negras para dar vida a essas coroas”, declarou Dete, se referindo as clássicas artes que faz em turbantes nas mulheres negras em Salvador.  

Goya Lopes, que conquistou uma bolsa de estudos para cursar design na Itália, em 1977, contou que foi atrás daquilo que chamavam de “profissão do futuro”. Ser uma mulher negra e nordestina em uma profissão dominada por homens brancos, chamou a atenção da artista para desenvolver seu diferencial na área.  

“Nessa época, nos anos 70, aconteceu principalmente em São Paulo um movimento chamado ‘Brasilidade’, onde os designers olhavam para a cultura indigena, popular, da flora e da fauna. Eu pensei que estava faltando uma coisa, a cultura afro [estava] invisibilizada. Voltei pra Salvador e comecei um projeto para divulgar a cultura afro-brasileira como uma arte, classuda, contando a sua história. Pensei na moda como suporte, porque a moda é tranversal”, conta a designer . 

Já para a colombiana Lia Samantha, filha e neta de costureiros, o hip-hop foi que deu o compasso para que ela pudesse inspirar e vestir mulheres no país, sendo pioneira na moda Afro-Colombiana.  

“Aos 15 desenvolvi meus figurinos para os shows de hip-hop que ia com  primo e comecei a desenhar com referências às mulheres afro-americanas, pois não tinha referências na Colômbia”, lembra.

Quando menos esperava, Lia notou que várias meninas se vestiam como ela e desenvolveu uma marca inspirada em roupas no estilo hip-hop. Há 10 anos, depois de pesquisar sobre tudo que fez, encontrou tecidos africanos que mudaram sua história. Ela foi chamada para vestir as 27 candidatas ao Miss Colômbia e viu o turbante se tornar popular no país. 

 Korotimi DAO, natural de Burkina Faso, país na África Ocidental, reforçou que nascer no país com um dos maiores cultivo e produção de algodão foi essencial para desenvolver sua marca, que hoje está no armário de todos os burquinenses.

“Nossa moda foi instaurada como roupa oficial no nosso país, todo mundo tem nossa marca no armário. Recebemos apoio de políticos para a formação de mais designers que querem aprender a tecer algodão. Queremos desenvolver nossa moda em grande escala para que todo mundo possa usar roupas de algodão da nossa marca”, afirmou a estilista. 

Com o tema “Ser feliz é a nossa revolução”, o maior evento de cultura negra da América Latina  – que acontecia todos os anos em novembro, mês da consciência negra – continua no dia 5 de maio e em um novo lugar: no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. O Terra segue sendo o parceiro de mídia oficial do evento, ampliando a visibilidade e as vozes do povo negro em transmissão online exclusiva no portal.

O Festival

Fundado em 2002, o Festival Feira Preta nasceu para a venda de produtos e serviços de empreendedores negros. Ao longo desses 21 anos, mais de 250 mil pessoas, 7 mil artistas, 3 mil empreendedores do Brasil e de outros países da América Latina já passaram pelo evento. No formato online, em 2020 e 2021, foram mais de 65 milhões de views. Ao todo, com as vendas de produtos e serviços de afroempreendedores, o Festival movimentou mais de R$ 15 milhões diretamente.

Fonte: Redação Terra Você
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