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Casa de Criadores: Amazônia, orixás e vento e mar guiam desfiles

8 dez 2025 - 16h15
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O mar, a Amazônia e a espiritualidade deram o tom ao quinto dia de desfiles na Casa de Criadores, em coleções que reafirmaram a moda como território de origem, fé e identidade, trazendo peças com ótimos acabamentos e foco em trabalhos manuais, como crochê e macramê, além de moulagem, sobreposições e jeans revisitados. O evento de moda continuará a programação nesta terla (9) e terminará na quarta (10), no Centro Cultural São Paulo.

Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Entre narrativas de água, ventos, ancestralidade e futurismo indígena, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que chegou ao Centro Cultural São Paulo para assistir ao dois últimos desfiles (Das Haus e Sioduhi) falou aos presentes e reforçou a importância de democratizar a moda, transformando-a em um espaço que acolha todas as pessoas, independentemente de gênero, classe social ou estilo. "Nosso trabalho na politica tem a ver com valorizar a diversidade, e entender a moda como cultura", afirmou. Veja abaixo detalhes das coleções.

A deputada Eriika Hilton e André Hidalgo na Casa de Criadores 57
A deputada Eriika Hilton e André Hidalgo na Casa de Criadores 57
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Studio Elias Kaleb — "Intersecção"

Studio Ellias Kaleb
Studio Ellias Kaleb
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

A coleção de Elias Kaleb levou à passarela a ideia da "não-roupa", construída em tramas, amarrações e volumes que revelavam mais quando se observava através dos espaços deixados entre tecido e pele. Destque paa a regata de trama aberta usada com saia branca.

Studio Ellias Kaleb
Studio Ellias Kaleb
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Num desfile aberto ao céu, as peças desconstruídas mostraram que vestir pode ser diálogo e não imposição. As sobreposições, as peças feitas com retalhos e costruídas como moulage, as cores filtradas pelos nós e a leveza das estruturas revelaram a intenção do estilista de trabalhar com camadas de narrativa — onde corpo, movimento e matéria se encontram no intervalo entre um gesto e outro.

Studio Ellias Kaleb
Studio Ellias Kaleb
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Vitor Cunha — "Sentido dos Ventos"

Vitor Cunha
Vitor Cunha
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Em sua estreia na Casa de Criadores, o cearense Vitor Cunha navegou pelo universo dos pescadores e transformou o zarpar diário no mar em metáfora de autoconhecimento. Jeans, chiffon, alfaiataria leve, macramês e crochês compuseram looks em tons que iam do branco aos azuis profundos, evocando a calmaria e a resiliência das travessias marítimas.

Vitor Cunha
Vitor Cunha
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

O trabalho coletivo das artesãs do Projeto Pro Bonfim deu textura ancestral às peças, reforçando a união entre técnica manual e processos industriais. No conjunto, a coleção apresentou uma moda sensível, madura e bem construída, com a força de quem aprende a ler o vento — e segue, mesmo quando ele muda.

Vitor Cunha
Vitor Cunha
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Destaque para as peças jeans diferenciadas, para as tramas que se referiam às redes de pescadores, mas muito mais delicadas, aos looks masculinos com o logotipo da marca entrelaçado, em modelagem leve e solta, às franjas e às misturas de tecidos planos e trabalhos manuais.

Vitor Cunha
Vitor Cunha
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Le Quaresma — Iansã e ancestralidade

Leandro Quaresma
Leandro Quaresma
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Le Quaresma voltou à Casa de Criadores guiado pelos ventos e pela força espiritual de Iansã, evocando a religiosidade de matriz africana em cada canto, tambor e movimento na passarela.

Leandro Quaresma
Leandro Quaresma
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Sua moda vestiu corpos de todas as idades e tamanhos, em paleta que passou por brancos, pretos, azuis,laranja, verdes e vermelhos, sempre com a marca da artesania afetiva. Merece atenção ainda em peças de brim leve, com com leves volumes e modelagem inesperada.

Leandro Quaresma
Leandro Quaresma
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

O desfile reafirmou a moda como território de história e fé, traduzido em formas que se moviam como ventania. Brilho, sobreposições e volumes também permeiam a coleção.

Leandro Quaresma
Leandro Quaresma
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

AFROPERIFA — "Existir é Luxo"

AFROPERIFA
AFROPERIFA
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

A AFROPERIFA levou à passarela um manifesto visual sobre a abundância periférica e o ato político de existir. As peças celebraram o exagero como linguagem estética, com alfaiataria desconstruída, jeans, moletom e volumes que representavam o excesso afetivo das quebradas paulistas.

AFROPERIFA
AFROPERIFA
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Com cartela que passou por branco, preto, azul, laranja e tecidos empapelados — inclusive num vestido de noiva com cauda longa e curto na frente —, a coleção mostrou que o luxo real nasce da coletividade.

AFROPERIFA
AFROPERIFA
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Macacões em vermelho e laranja, túnica retas masculinas, peças leves em tecido risca-de-giz para as mulheres, estampas de frutas permearam a coleção.

AFROPERIFA
AFROPERIFA
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

A apresentação, com trilha dividida em três atos, reforçou que vestir-se é afirmar presença, identidade e sobrevivência: existir é, sim, o maior dos luxos.

Das Haus

Leandro Quaresma
Leandro Quaresma
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

O reencontro de Roberd Dognani e Felipe Fanaia na Casa de Criadores resultou em uma coleção que brincou com desconstrução, volumes e peças quase inacabadas — mas com grande rigor estético. Tecidos leves contrastaram com jeans oversized e sobreposições, criando uma estética nada óbvia, mas poderosa.

Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

O vestido de noiva, desfilado por Vivi Orth, sintetizou o espírito da marca: subverter códigos tradicionais sem perder elegância ou atitude. O look vinha com uma saia volumosa em tule, adornando um macacão jeans claro e manchado.

Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

O vestido preto longo e leve usado com calça jeans extremamente oversized de lavagem escura também foi ponto alto da coleção, desfilado por Ale Berriel, assim como camisas transparentes e jaquetas jeans enormes usadas com vestidos leves, drapeados e longos (foto abaixo).

Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Das Haus por Rober Dognani e Felipe Fanaia
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Aliás, os pretos totais amplos, como o que abriu o desfile com a modelo trans Lana Santucci foram presença forte e poderosa no desfile.

Leandro Quaresma
Leandro Quaresma
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Das Haus reafirmou sua força na moda autoral brasileira, mostrando que a imperfeição proposital também pode ser sofisticada e emocionante.

Sioduhi Studio — "Ahkó-Yakó, o legado da gente estrela"

Sioduhi Studio
Sioduhi Studio
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

O designer amazonense Sioduhi apresentou uma coleção que trouxe à terra as constelações da cosmovisão de seu povo Waikahna.

Sioduhi Studio
Sioduhi Studio
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

Em peças urbanas, mas feitas com artesania indígena, TEA (Tecido Emborrachado da Amazônia), tingimentos naturais e impressões 3D, o desfile evocou a relação entre céu, água e ciclos da natureza.

Isabelle Nogueira para Sioduhi Studio
Isabelle Nogueira para Sioduhi Studio
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho

 O momento final, com Isabelle Nogueira usando saia de fibras naturais e top em forma de coração e cobra iluminados, simbolizou a união do humano com os seres da floresta — uma apresentação potente, sensível e urgente.

Isabelle Nogueira para Sioduhi Studio
Isabelle Nogueira para Sioduhi Studio
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite / Elas no Tapete Vermelho
Elas no Tapete Vermelho
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