| |
A Aids no Brasil
A
situação da aids no Brasil é hoje bem
diferente do que era durante a década de 80. As primeiras
notícias a retratavam como uma doença restrita
a grupos de risco (principalmente homossexuais e usuários
de drogas) e que dificilmente chegaria a grandes grupos da
população.
Hoje,
a aids já está espalhada por todo o País:
1.552, dos 5.559 municípios brasileiros, notificaram
pelo menos um caso da doença no período 99/2000,
sendo que a maioria destes municípios tem população
menor ou igual a 50 mil habitantes. O "grupo" mais
afetado também mudou: de acordo com dados do Ministério
da Saúde, a transmissão da aids tem sido predominantemente
heterossexual.
Os
hospitais são obrigados a informar ao Ministério
todos os casos de aids e as infecções pelo HIV.
O Ministério da Saúde recebeu, de 1998 a março
de 2001, mais de 210 mil notificações de casos
de aids. Desde de 1996, a epidemia de aids vem crescendo,
em média, 20 mil novos casos por ano. Isso representa
uma estabilização no número de casos
novos, segundo o governo.
De
1980 a 2001, cerca de 26,6% dos casos notificados foram alvo
de transmissão heterossexual. A transmissão
homossexual atingiu 17,2% dos casos, o que comprova que os
grupos de risco não existem mais e que esse termo não
deve ser utilizado como exemplo para a desculpa "não
faço parte do grupo de risco, por isso nunca vou pegar
aids. Por que usar camisinha?"
O
uso de drogas injetáveis é responsável
por 18,5% dos casos registrados. Entre menores de 12 anos,
a transmissão do vírus da mãe para o
filho é responsável por 90% dos casos notificados.
Cerca de 50% das pessoas que pegaram aids já morreram.
O
Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde
mostra ainda que a transmissão da aids está
diminuindo e estabilizando entre usuários de drogas
injetáveis e homossexuais e continua aumentando entre
heterossexuais. Entre 1980 a 1990, os heterossexuais eram
responsáveis por quase 10% dos casos por infecção
sexual. No ano de 2001, esse índice pulou para 46,1%.
Em menores de 13 anos a queda é significativa, devido
à redução do número de casos de
transmissão mãe/filho e ao tratamento de recém-nascidos
com AZT.
Entre
os anos de 2000 e 2001 observa-se que nas mulheres, a doença
é mais presente entre aquelas que terminaram o primeiro
grau (63,7%). Entre os homens, a grande maioria infectada
em 2000 e 2001 estudou até a 8ª série,
apontando para declínio do segundo grau em diante.
Uma leitura das notificações por região
mostra que a epidemia diminuiu radicalmente no Centro-Oeste
do Brasil e diminuiu nas demais regiões, tendendo a
estabilizar.
São
Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba continuam sendo
as capitais com o maior número de casos registrados
até o momento, o que representa 37,3% dos casos. Antes
de 1995, Belo Horizonte ocupava o quarto lugar. Os municípios
com a maior proporção de casos por habitantes
são, segundo ordem decrescente: Itajaí e Camboriú,
em Santa Catarina, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e Florianópolis,
também em Santa Catarina. No ano de 1996, eram elas:
Camboriú, Santos (SP), Florianópolis e Ribeirão
Preto, no Estado de São Paulo.
|
|