|
Números femininos
O número de novos casos de aids no Brasil está em declínio
pela primeira vez, mas as mulheres casadas que vivem no interior
do país continuam sendo uma preocupação, segundo dados divulgados
no final de nnovembro de 2001 pelo governo.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Aids, entre
abril e junho de 2001 foram notificados 5,3 mil novos casos
de Aids no país. Segundo Paulo Roberto Teixeira, coordenador
nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, o número mostra
uma tendência de queda no crescimento da Aids.
Desde
1996, em torno de 20 mil novos casos foram registrados por
ano. Agora, a estimativa é que este ano sejam contabilizados
15 mil novos casos. Teixeira, no entanto, qualificou como
"alarmantes" as taxas de incidência entre mulheres casadas
em cidades com menos de 50 mil habitantes.
"O problema que estamos vendo é que as mulheres se sentem
seguras por estarem casadas e são fiéis a seus maridos. Entretanto,
não se atrevem a pedir que eles se protejam e usem camisinha",
destacou. Na década de 80, quando estourou a epidemia de Aids
no país, a relação de contaminados era de 6,4 homens contaminados
para cada mulher.
Em
2001, as pesquisas apontam 1,9 homem por mulher. A única região
do país em que foi mantido o aumento de casos de Aids é o
Sul, com crescimento de 4,3%. No Sudeste, ocorreu uma queda
de 20% dos registros da doença. Na região Centro-Oeste, houve
a maior redução: 25%.
A
transmissão heterossexual permanece alta. Em 1999, esse tipo
de contágio representava 28% do total de casos. Em 2001, está
em 40%. Entre as mulheres, o contágio heterossexual representa
76% dos casos. A transmissão homossexual caiu de 19% em 1999
para 16% em 2001.
A
campanha do Ministério da Saúde para o Dia Mundial de Luta
contra a Aids, em 1º de Dezembro, visa a trabalhar a responsabilidade
do homem na transmissão da aids, tanto para parceiros do mesmo
sexo quanto para suas mulheres e namoradas.
"É
muito mais difícil trabalhar o comportamento da mulher para
que ela exija o uso da camisinha, porque esta é uma questão
social, cultural e econômica. Por isso optamos por chamar
a responsabilidade do homem", disse Teixeira.
|