Vídeo: PM apreende 59 kg de pepinos-do-mar e aponta possível ligação com tráfico internacional
Animais estavam armazenados em estufas caseiras dentro de um imóvel; parte das amostras foram encaminhadas à Polícia Federal e outra parte será levada para a USP
O Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar de São Paulo apreendeu nesta quarta-feira, 15, 3.500 espécimes de pepinos-do-mar armazenados em um imóvel na cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo.
Informações preliminares apontam que os animais (da classe dos equinodermos) são fruto de pesca proibida e que, somados, chegam a pesar 59 quilos. Um homem, identificado como sendo Guangzhu Xu, foi preso. A defesa dele não foi localizada.
A polícia chegou ao imóvel após receber uma denúncia anônima. Na frente da casa, localizada no bairro Silop, os agentes abordaram Guangzhu Xu, que estava em um Land Rover. Na vistoria inicial, os policiais não encontraram nada de ilícito com o suspeito nem no veículo, mas perceberam um forte odor vindo de dentro da residência.
Conforme relato da PM, foram encontrados 59 quilos de pepinos-do-mar, armazenados em quatro estufas de madeira com aquecedores adaptados para "dessecar o pescado".
Questionado, Guangzhu afirmou inicialmente que guardava os animais para consumo próprio, mas acabou confessando que adquiria o pescado por R$ 100 o quilo, de dois pescadores da cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. Sem dar maiores detalhes, disse que pretendia revender o material em São Paulo.
A polícia deu voz de prisão ao suspeito por armazenar espécies capturadas por meio de pesca ilegal. Ele pagou fiança, fixada em R$ 2 mil, e foi liberado. O pepino-do-mar consta como espécie criticamente ameaçada de extinção, segundo portaria do Ibama.
Parte das amostras será encaminhada à Universidade de São Paulo (USP) e também à perícia da Polícia Federal. A PM aponta possível ligação com o tráfico internacional da espécie, praticado por meio do Aeroporto de Guarulhos.
Segundo o relatório da Polícia Militar, "os objetos utilizados no beneficiamento foram apreendidos pelo DP. Do pescado apreendido, foram retiradas duas amostras encaminhadas à Polícia Federal (...) para investigação de possível envolvimento em tráfico internacional de produtos e subprodutos da fauna ictiológica".
"Outras duas amostras (...) serão encaminhadas ao Instituto Oceanográfico da USP para estudo. O restante foi inutilizado e descartado no aterro sanitário municipal", acrescenta o documento.