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Rio dos Bugres, no litoral de SP, é o segundo mais poluído por microplásticos do mundo

Estudo aponta alta concentração de poluentes no rio localizado entre Santos e São Vicente, ficando atrás apenas de um rio em Bangladesh

25 fev 2025 - 16h47
(atualizado às 19h07)
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Foto: Reprodução/ Google Maps

Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros revelou que o rio dos Bugres, situado entre Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, é o segundo rio mais poluído por microplásticos do mundo.

 A pesquisa foi publicada na revista Marine Pollution Bulletin e realizada pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) em parceria com o Instituto EcoFaxina, uma ONG da Baixada Santista liderada pelo biólogo marinho William Rodriguez Schepis.

Para mapear a contaminação, a equipe coletou amostras de sedimentos em dez pontos da região estuarina, incluindo o Canal de São Vicente e o Canal do Porto de Santos, entre abril e julho de 2018. A análise laboratorial revelou que, em um dos trechos mais afetados do rio dos Bugres, foram encontradas 93.050 partículas de microplásticos por quilo de sedimento coletado. O rio ficou atrás apenas do Rio Pasur, em Bangladesh, que apresentou 157 mil partículas na mesma quantidade de sedimento.

Segundo o estudo, o acúmulo extremo de microplásticos no Rio dos Bugres está diretamente relacionado às áreas de ocupação irregular em palafitas, como o Dique da Vila Gilda e o Dique Sambaiatuba, onde o descarte de resíduos no manguezal ocorre de forma descontrolada. A hidrodinâmica de baixa energia da região também contribui para a retenção dos poluentes, formando um 'hotspot' de microplásticos.

O estudo também identificou a presença de diversos tipos de polímeros, incluindo polietileno (PE), polipropileno (PP), poliestireno (PS) e poliéster (PET), além de aditivos químicos, pigmentos e herbicidas impregnados nas partículas de plástico. A análise espectroscópica revelou que esses microplásticos podem servir como vetores para outros poluentes químicos, potencializando os impactos ambientais.

Os pesquisadores alertam que, além dos danos à biota local, os microplásticos podem entrar na cadeia alimentar humana por meio da ingestão de peixes contaminados. De acordo com William Schepis, esses poluentes podem causar disfunções hormonais, problemas neurológicos e circulatórios em seres humanos.

Em contato com a reportagem, a Prefeitura de Santos afirmou estar ciente da poluição no Rio dos Bugres, destacando que realiza a limpeza regular no trecho que divide a cidade de São Vicente, além de promover ações ambientais na região, como o projeto Beco Limpo e a instalação da barreira flutuante no Rio São Jorge, que já retirou quase 400 quilos de resíduos sólidos em seis meses. A administração também ressaltou que o desassoreamento do Rio dos Bugres está previsto dentro do programa habitacional "Santos Mais", que busca ampliar a vazão d’água e preservar o meio ambiente.

A administração municipal ainda destacou que o município foi escolhido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para um projeto nacional que visa eliminar plásticos descartáveis, ao lado de outras quatro cidades, sendo a única fora das capitais. Outro destaque é o Parque Palafitas, em construção no Dique da Vila Gilda, que reurbanizará a área, removendo habitações vulneráveis, criando espaços de lazer e promovendo a regeneração do mangue.

"Nosso objetivo é estabelecer uma nova forma de ocupação, promovendo o bem-estar dos moradores e a recuperação ambiental da área", afirmou a Prefeitura.

Já prefeitura de São Vicente ainda não retornou o contato. Em caso de manifestação, o texto será atualizado. 

Fonte: Redação Terra
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