COP30 em Belém: o futuro do clima passa pela Amazônia
COP30 chega a Belém contando a evolução histórica das Conferências das Partes; conheça a primeira COP e onde será a próxima edição
Em 2025, a cidade de Belém, no Pará, recebe a 30ª edição da Conferência das Partes, conhecida globalmente pela sigla COP. O evento é um marco nas negociações climáticas internacionais, reunindo representantes de governos, sociedade civil e especialistas em meio ambiente de diversos países. Com debates e decisões de grande impacto, a COP se tornou o principal palco para discutir caminhos e acordos em prol da contenção das mudanças climáticas.
Esta conferência nasce de uma série histórica de encontros anuais que orientam e monitoram a aplicação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC). Ao longo de três décadas, a COP evoluiu para tratar não apenas de metas para redução de gases poluentes, mas também de questões que incluem financiamento climático, direitos de populações tradicionais e transferência de tecnologia para países em desenvolvimento.
Como surgiu a Conferência das Partes?
A origem da COP remonta ao ano de 1995, quando a cidade de Berlim, na Alemanha, sediou o primeiro encontro oficial, nomeado COP1. Esta reunião inaugural estabeleceu os métodos para monitorar e relatar as emissões de gases de efeito estufa, além de iniciar discussões sobre ações conjuntas. Naquele contexto, ficou clara a necessidade de criar um fórum no qual as nações pudessem negociar soluções globais para um problema cada vez mais evidente: o aquecimento do planeta.
Com o tempo, o evento consolidou sua importância, tornando-se o principal espaço multilateral para a revisão de compromissos ambientais. A cada nova edição, a COP destaca desafios emergentes, amplia o diálogo com diferentes setores da sociedade e propõe ajustes às estratégias globais. Tais encontros resultaram em avanços históricos, como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris.
Quais foram os grandes marcos da COP até hoje?
Nos últimos 30 anos, a Conferência das Partes testemunhou decisões determinantes para a política ambiental internacional. Entre os principais avanços, destaca-se o tratado firmado em Quioto, no Japão, durante a COP3, em 1997, que estabeleceu metas obrigatórias para a redução de emissões pelos países desenvolvidos. Posteriormente, em 2015, o Acordo de Paris foi assinado na COP21, definindo o compromisso de limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, com esforços para não ultrapassar 1,5°C.
- Protocolo de Quioto: Estruturou o primeiro sistema global de metas obrigatórias para redução das emissões de carbono.
- Acordo de Paris: Estabeleceu bases para a cooperação internacional a longo prazo, mobilizando esforços de todos os países signatários.
- Ampliação da participação: Houve progressos no engajamento de povos indígenas, comunidades tradicionais e do setor privado nos debates e decisões.
Essas decisões demonstram o papel da COP como espaço central para avanços em políticas e compromissos ambientais, consolidando a conferência como referência internacional na busca por soluções sustentáveis.
O que esperar da 30ª edição em Belém e onde será a próxima COP?
A 30ª edição, em Belém, tem grande relevância diante da importância da Amazônia no equilíbrio climático global. O evento destaca temas como a preservação de florestas tropicais, financiamento ambiental para países em desenvolvimento e alternativas para promover a economia verde na região amazônica. A escolha de Belém como sede também ressalta o olhar global voltado para os biomas brasileiros e as estratégias de proteção ambiental desenvolvidas no país.
Além dos debates sobre redução de emissões, espera-se que sejam discutidas novas estratégias de adaptação às mudanças climáticas, incentivos econômicos para práticas sustentáveis e participação ativa de comunidades locais. Após a COP30, ficou definido que a próxima edição ocorrerá em 2026, em um país africano, mais especificamente no Egito, expandindo ainda mais o alcance global da conferência e renovando o compromisso internacional pelo enfrentamento das mudanças ambientais.
Quais desafios permanecem para o futuro da COP?
Mesmo com avanços notórios, a COP enfrenta desafios relevantes relacionados ao cumprimento de metas, financiamento e cooperação entre os países participantes. A pressão por resultados concretos cresce diante da intensificação dos impactos climáticos em diferentes partes do mundo. Além disso, assegurar a participação efetiva de populações tradicionais, povos indígenas e jovens nas decisões continua sendo pauta constante e central para o futuro da conferência.
O fortalecimento dos mecanismos de fiscalização e o engajamento de novos atores, como o setor privado e governos locais, são caminhos destacados para ampliar a efetividade dos acordos assinados em edições anteriores. Resta acompanhar como as negociações avançarão nas próximas edições, mantendo a centralidade da COP nas discussões climáticas internacionais.