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Turquia reforma asfalto para evitar "pista de gelo” na F1

GP da Turquia do ano passado aconteceu em pista muito escorregadia. Organização melhora asfalto para gerar mais aderência esse ano

2 out 2021 - 07h00
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O ensaboado GP da Turquia de 2020
O ensaboado GP da Turquia de 2020
Foto: F1 / Divulgação

A Turquia voltou ao calendário da Fórmula 1 no ano passado, depois de nove anos longe da categoria. Mas não foi um retorno dos mais planejados e antecipados: com o rearranjo do calendário da temporada 2020 em razão da pandemia do coronavírus, e a Turquia surgiu como opção. 

Com o circuito de Istanbul Park sem receber eventos desse porte havia alguns anos, foi necessário um recapeamento total da pista, feito às pressas. O que se viu quando os carros foram à pista foi um asfalto bastante escorregadio, já que não houve tempo suficiente para outras categorias emborracharem o traçado. 

Nos treinos livres, os pneus duros não mantinham a temperatura ideal, deixando os carros bastante instáveis. Na classificação e na corrida, ambos realizados sob chuva, a situação ficou ainda mais crítica, com a superfície com a aderência comparada à de uma pista de patinação no gelo. A prova foi vencida de maneira magistral por Lewis Hamilton, e garantiu ao inglês seu heptacampeonato. 

Com a F1 voltando à Turquia na próxima semana (entre 08 e 10 de outubro), o diretor de provas da FIA, Michael Masi, aproveitou a ocasião para informar que o asfalto do Istanbul Park foi ajustado: “Toda a superfície da pista foi tratada para melhorar os níveis de aderência”, disse à Autosport. 

Masi contou que o asfalto recebeu ranhuras feitas com jatos de água de alta pressão, um serviço feito regularmente em outras pistas, como Singapura. Para ele, as mudanças, somadas ao próprio “amadurecimento” do asfalto, devem solucionar os problemas vistos no ano passado. 

Enquanto vários pilotos reclamaram das condições de aderência da pista em 2020, Ross Brawn, o diretor técnico da F1, foi por outra linha e demonstrou gostar do que viu: “Acho que às vezes os pilotos precisam se lembrar que é uma competição para ver quem cruza a linha primeiro, e que os níveis de aderência são iguais para todos”, disse, à época. 

“Ter um asfalto desafiador como tivemos não é ruim. Nos mostra o talento dos pilotos ao máximo”, prosseguiu Brawn. E ele concluiu criticando indiretamente alguns competidores: “Alguns pilotos focam e se adaptam ao que têm, enquanto outros encontram nisso uma distração”. 

Com a nova condição de pista, os dados coletados pelas equipes no ano passado tornam-se menos relevantes, o que pode adicionar uma dose de imprevisibilidade nos acertos para a corrida desse ano. Dentro de uma semana, quando se iniciarão as atividades do GP da Turquia, poderemos atestar se os ajustes realizados pela organização trouxeram algum ganho de aderência ou se teremos novamente uma dança no gelo. 

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