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Russell na Mercedes, Bottas na Williams. Por que não?

Concorrentes pela vaga da equipe Mercedes, Valtteri Bottas e George Russell poderiam trocar de lugar para a temporada 2021. Entenda

10 dez 2020 - 14h52
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Russell e Bottas poderiam trocar de lugar para acomodar a situação.
Russell e Bottas poderiam trocar de lugar para acomodar a situação.
Foto: Twitter

A disputa do Grande Prêmio de Sakhir, na pista externa do circuito internacional do Bahrein, mostrou que um traçado diferente pode render uma corrida empolgante, um novo vencedor e um pódio muito além do que já pudemos acompanhar ao longo dessa temporada.

Quando a penúltima prova da temporada, a segunda disputada no Bahrein, foi anunciada no final de agosto, falava-se de uma pista desafiadora, mais veloz e com algumas características de um circuito oval. Além de ser a primeira vez que a F1 utilizaria um traçado com apenas 3.543m, três retas e 11 curvas, sendo sete para a direita e quatro para a esquerda, teríamos pela primeira vez um grande prêmio com 87 voltas completadas em 307.995 km, sendo a melhor delas registrada em 55s404 por George Russell, na Mercedes.

E o inglês de 22 anos, que foi escolhido para substituir Lewis Hamilton na equipe alemã durante o final de semana após o heptacampeão ter testado positivo para Covid-19, deixou todos impressionados ao colocar a Mercedes na segunda colocação no grid de largada, separado de Valtteri Bottas por apenas 0s026. Ao assumir a liderança da corrida logo na primeira curva, deve ter ajudado a incluir algumas dúvidas na cabeça de Toto Wolff.

Russell deu um nó tático nas negociações da F1 ao brilhar em Sakhir.
Russell deu um nó tático nas negociações da F1 ao brilhar em Sakhir.
Foto: Twitter

Apesar de o resultado da corrida ter sido um tanto decepcionante depois de um pit stop duplo e confuso, além do pneu furado, Russell conseguiu ter um desempenho positivo e se destacar como um piloto que poderá disputar títulos a curto prazo. Mesmo que esteja há dois anos brigando por posições com a turma do fundão, o jovem piloto conquistou três pontos, sendo dois pelo 9º lugar e um pela volta mais rápida da prova, e encerrou a espera de 37 corridas para conquistar os primeiros pontos na F1. E foi eleito pelos fãs na votação da internet como piloto do dia.

Nesta semana, o tabloide britânico Daily Express, destacou em seu site que Valtteri Bottas e George Russell apagaram o nome das equipes, Mercedes e Williams, respectivamente, nas descrições das redes sociais. Será que o duelo do último domingo no GP do Sakhir já está fazendo efeito?

Mas, e se houvesse a possibilidade de George se juntar a Lewis na Williams no próximo ano? 

A situação pode ser pouco provável, já que Bottas teve o contrato renovado para 2021 e Russell, apesar de ser um piloto Mercedes, tem contrato com o time de Grove e segue como companheiro do canadense Nicholas Latifi até a próxima temporada. Porém, mesmo difícil de acontecer neste momento, seu desempenho chamou a atenção e mostra que, se ainda não está preparado para assumir um posto na melhor equipe da F1 por condições contratuais, as portas da Mercedes parecem mais abertas do que já estiveram.

Bottas teve a chance de comandar a Mercedes, mas falhou na primeira tentativa.
Bottas teve a chance de comandar a Mercedes, mas falhou na primeira tentativa.
Foto: Twitter

Por tudo isso, proponho um exercício rápido: e se amanhã Totto Wolff concedesse uma entrevista coletiva para anunciar que a partir de 2021 a dupla da Mercedes será Lewis Hamilton e George Russell? E que Valtteri Bottas iria ser o primeiro piloto da Williams?

Uma notícia que, nesse momento, talvez pudesse impactar o total de zero pessoas. 

Até porque depois do que Russell fez no Bahrein, as críticas a respeito do comportamento do finlandês só aumentaram. Seria o primeiro final de semana sem Hamilton nas pistas e a primeira vez que lideraria a equipe, já que estaria, de fato, como primeiro piloto. E como conhece bem o carro, poderia deitar-e-rolar em cima de um novato. Mas já sabemos que não foi bem assim o que aconteceu no final de semana, apesar de Bottas ter recebido a bandeirada em oitavo lugar, à frente do inglês. 

Para quem não se recorda, a Williams foi a porta de entrada do finlandês na F1. Ele chegou em 2010 como piloto de testes e se tornou titular na equipe inglesa em 2013, quando ocupou a vaga de Bruno Senna. Na primeira temporada, Valtteri marcou os primeiros pontos no GP dos Estados Unidos e terminou o campeonato em 17º lugar. Entre 2014 e 2016, Bottas teve Felipe Massa como companheiro de equipe e nas três temporadas ficou à frente do brasileiro, terminando como 4º, 5º e 8º colocado no campeonato, respectivamente. Ao final de 2016, o finlandês deixou a equipe para substituir Nico Rosberg na Mercedes, que anunciou a aposentadoria após conquistar o título mundial.

Valtteri Bottas já correu na Williams e poderia ajudar o time a se desenvolver.
Valtteri Bottas já correu na Williams e poderia ajudar o time a se desenvolver.
Foto: Twitter

A primeira vitória de Valtteri aconteceu no GP de Sochi, na Rússia, em 2017. O ano seguinte foi, até agora, sua pior temporada: não venceu nenhuma prova enquanto Lewis Hamilton subiria 11 vezes no lugar mais alto do pódio. Em 2019, venceu quatro vezes e conquistou o vice-campeonato, sendo um fiel escudeiro do piloto inglês. Até o momento, somam-se 156 GPs, 55 pódios e nove vitórias, sendo duas delas nesta temporada: na primeira corrida disputada na Áustria e em Sochi, repetindo o palco da primeira conquista.

George Russell chegou à Fórmula 1 em 2019. No ano anterior, conquistou o campeonato da Fórmula 2 e de GP3 em 2017. De olho no garoto, a Mercedes contratou o inglês para o seu programa de jovens pilotos quando ele estava com 18 anos, antes mesmo de começar a disputar a GP3. Na época, Toto Wolff já dizia que George tinha mostrado potencial nas categorias por onde passou e via nele um grande futuro, apesar de ser apenas o início da carreira.

Ao estrear na categoria principal do automobilismo, Russell contava com o experiente Robert Kubica como companheiro de equipe. Mas, em todos os 21 grandes prêmios ele largou na frente do polonês. Ou seja: a Williams (ou seria Toto?) provou que estava certa em dar uma oportunidade a um piloto prodígio. Na atual temporada, Russell tem como companheiro de equipe Nicholas Latifi e até o momento, largou na frente em todas as provas, exceção, claro, no GP do Sakhir, que o canadense dividiu os boxes com o britânico Jack Aitken, piloto reserva da Williams.

 George Russell: chegou e ninguém mais quer que ele saia da Mercedes.
George Russell: chegou e ninguém mais quer que ele saia da Mercedes.
Foto: Twitter

Não podemos esquecer de que a Williams, uma das mais tradicionais equipes da F1, foi vendida para o grupo de investimentos Dorilton Capital. Há algum tempo o time inglês convive com um círculo vicioso: a falta de resultados expressivos na pista e a queda de receita nos últimos anos, levou à consequente perda de performance, a perda do principal patrocinador e, claro, muitas dívidas. Razões pelas quais abriram-se espaço para novos investidores. Esperamos que esses novos parceiros devolvam à equipe alguma esperança de disputar o mundial de Construtores na parte de cima do grid. O que pode ser um bom recomeço, ao menos, para garantir a sobrevivência da equipe e aliviar a pressão financeira desses últimos anos. 

E, ao pensar nisso, quem sabe a Mercedes, que é a fornecedora de motores da Williams até 2025, não una suas forças para que uma das marcas mais icônicas da F1, com nove títulos mundiais de construtores, volte a ser competitiva com o novo regulamento? E para um bom time, contratar um piloto experiente e que poderia ajudar no desenvolvimento do carro, tal qual Valtteri Bottas. O finlandês parece ser um perfil muito indicado nesta vaga, afinal garante no currículo muito mais quilômetros rodados além das vitórias conquistadas.

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