Ricciardo e McLaren: o divórcio oficial. E agora, Daniel?

Agora é oficial: McLaren e Daniel Ricciardo anunciaram que não seguirão juntos ao fim desta temporada. Não se fala abertamente, porém se especula que este divórcio implicaria no pagamento de uma bela indenização (estimada em US$ 20 milhões) ao piloto australiano.

Era um casamento esperado por ambos. Houve uma conversa para que ele fosse antes para o time, mas não houve acordo. Porém, as expectativas foram altas, mas não cumpridas. Não se pode dizer que houve corpo mole. Inicialmente, houve sim a questão de adaptação ao time e ao carro. Mas este ano seria novidade para todos e os resultados não vieram. Muito esforço foi feito e até os resultados melhoraram um pouco. Porém, aparentemente a coisa não funcionou. Carro e piloto não se acharam, com Ricciardo sendo amplamente superado por Lando Norris, e a relação que prometia tanto, caminha para um fim. Uma pena. Embora tivesse havido declarações para os dois lados que seguiriam.

Muito se especula sobre o que fará Daniel Ricciardo em 2023. Nos últimos dias, apareceu a notícia de que a Haas teria interesse em garantir os serviços do piloto australiano para a próxima temporada. Diante do quadro, Ricciardo seria um piloto considerado de alto nível e disponível. Dinheiro em um aspecto não seria problema justamente pelo acordo feito pela liberação pela McLaren. Quais são as opções dentro da F1 que teria?

Ir para Alpine seria a melhor opção. Um trabalho de “zerar a pedra” teria que ser feito, já que Ricciardo foi uma aposta enorme de Cyril Abiteboul para fazer a Renault grande e o australiano saiu no segundo ano. Com a saída de Alonso e a questão de Piastri, a Alpine precisaria de um catalisador para recuperar o espírito de luta. Além de retomar o processo de construção de uma Alpine vencedora. Juntos, ambos teriam o famoso “sangue nos olhos”, incorporando um certo espírito mercenário, para dar certo.

A Haas seria uma possibilidade viável? Para os americanos, seria um tremendo ganho de exposição, já que Ricciardo tornou-se um dos grandes nomes entre o público da F1, inclusive nos EUA. Uma dupla com Kevin Magnussen seria muito interessante. Mas e em termos competitivos? A Haas mostra uma melhoria este ano graças à “grande integração” com a Ferrari. Mas qual é a possibilidade de ser uma vencedora? Ricciardo tem sim expectativas de mostrar sua capacidade, de ser vencedor. A Haas seria o lugar? Aparentemente, não há um plano de crescimento. Ricciardo seria o catalisador do processo?

Uma vaga disponível hoje seria a...Williams. Por incrível que pareça, esta seria a melhor forma da “jornada de herói” e para a própria equipe. Ricciardo teria uma função de ser O cara do time até de uma forma muito mais ampla do que seria na Alpine. A Williams vem em um processo de renascimento, embora não esteja mostrando os resultados que se esperava este ano. Alex Albon é um bom nome presente e seria a junção de dois ex-Red Bull. Montar um projeto em torno dos dois seria algo muito interessante. Mas vem a mesma questão da Haas: teria a paciência para ser o catalisador do processo?

Ricciardo é um ótimo piloto? Sim, afirmativamente. Mas não o vejo como um “fora de série”, desde quando apareceu. É um potencial vencedor, mas não campeão. Mas tem espaço na F1 e merece ficar. Dinheiro para 2023 não seria problema por conta do acordo com a McLaren e seria uma forma de ser visto. Mas por que não considerar ir para uma WEC, uma Indy? Sim.

Só que existe uma situação a ser resolvida e Ricciardo quer mostrar para todos – e para si mesmo – que pode vencer na F1. Sair assim seria extremamente por baixo. Veremos os próximos capítulos e deveremos ter Ricciardo na F1. Embora outras áreas não fossem ruins para ele...