"Mar Laranja" empurra Verstappen para sua 10ª pole na F1

Já virou tradição nos últimos anos: as arquibancadas dos autódromos europeus ficam tomadas por torcedores de Max Verstappen usando a cor típica da Holanda, no que se convencionou chamar de “Mar Laranja”. Dessa vez, o Mar Laranja não precisou cruzar fronteiras para torcer por seu ídolo. E Verstappen não decepcionou a torcida que lotou as arquibancadas de Zandvoort e cravou a pole position de sua corrida em casa. Foi a 10ª pole de Max Verstappen na F1, número que o iguala a Jochen Rindt (campeão de 1970).

Ferrari anda bem no Q1

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No Q1, o ídolo local foi à pista logo nos primeiros minutos com pneus macios novos, e fugiu do complicado tráfego que uma pista curta como Zandvoort pode gerar. Com isso, garantiu uma volta boa de cara e se viu longe do risco. A Ferrari elevou ainda mais a expectativa criada nos treinos livres de sexta-feira ao colocar seus dois carros nas duas primeiras posições do Q1. Charles Leclerc foi o único a entrar na casa de 1:09, enquanto Carlos Sainz ficou logo atrás, mesmo depois de ter batido no treino livre da manhã.

Na Alfa Romeo, Antonio Giovinazzi confirmou o bom fim de semana com um expressivo quarto lugar no Q1, enquanto Robert Kubica, que foi acionado às pressas para substituir Kimi Raikkonen após este ser diagnosticado com covid-19, fez o que se esperava dele e conseguiu desbancar as Haas, ficando com o 18º tempo.

Quem não teve um bom dia foi Sérgio Perez, colega de Verstappen na Red Bull, que acabou deixando para fazer uma volta boa no final da sessão e não conseguiu avançar. Uma grande decepção para o time - pela segunda semana seguida, diga-se, já que Perez bateu sozinho a caminho do grid no GP da Bélgica, domingo passado. Outro que foi prejudicado pelo tráfego foi Sebastian Vettel, da Aston Martin, que tomou uma fechada de Nikita Mazepin quando tentava abaixar o próprio tempo e precisou abortar aquela que seria sua melhor volta.

Assim, o Q1 terminou com a desclassificação de Perez, Vettel, Kubica e a dupla da Haas, Mick Schumacher e Nikita Mazepin.

Verstappen se impõe no Q2

Para a torcida holandesa, passar de fase não era o bastante. Era preciso ser o primeiro. E Verstappen entregou o que o público queria já no Q2. Mais uma vez, ele saiu dos boxes nos primeiros minutos e aproveitou a pista vazia para fazer um temporal. Com 1min09s0, Max subiu o sarrafo e derrubou o tempo do Q1 em quase 1 segundo. Esse seu tempo não chegou a ser ameaçado no Q2. Ele foi seguido por Leclerc, Pierre Gasly e a dupla da Mercedes.

É bem verdade que a sessão foi encurtada pelos acidentes das duas Williams. George Russell, motivado depois do pódio na Bélgica, vinha em volta voadora quando perdeu o carro na curva 13 e estampou o muro, causando a primeira bandeira vermelha da Classificação. Ele conseguiu voltar para os boxes, mas não deu mais voltas. O pit lane foi reaberto com apenas 3 minutos para o fim. E, antes que qualquer um pudesse fazer outra volta rápida, foi a vez do outro piloto da Williams, Nicholas Latifi, errar na curva 8, bater com força e causar nova bandeira vermelha. Sem tempo para novas tentativas, a direção de prova encerrou o Q2.

Além dos dois pilotos da Williams, o Q2 viu a eliminação de Lance Stroll, Yuki Tsunoda e Lando Norris, que fica de fora do Q3 pela primeira vez no ano.

Pole conquistada no limite

Como a estratégia de sair do box antes dos concorrentes estava dando certo, Max Verstappen a repetiu no Q3. Em sua primeira saída, o holandês foi o primeiro piloto a quebrar a barreira de 1min08s, com uma volta que parecia imbatível. Valtteri Bottas ficou 0s3 atrás, enquanto Hamilton virou um décimo mais lento que o companheiro.

Na última saída, aquela em que os pilotos completam a volta com o cronômetro já zerado, Verstappen conseguiu melhorar seu tempo em 0s038 segundo. Hamilton veio logo depois, e suas parciais foram deixando a torcida holandesa apreensiva. No final, mesmo com o melhor terceiro setor do fim de semana, o piloto da Mercedes ficou exatamente os mesmos 0s038 segundos atrás de Verstappen. Foi o mais perto da Red Bull que ele andou em toda a Classificação

Bottas ficou com o terceiro lugar do grid e larga ao lado de Gasly, o quarto. A dupla do Ferrari parte da terceira fila, o que não deixa de ser um resultado decepcionante depois do que a Scuderia mostrou ao longo do fim de semana. Giovinazzi foi bem e sai do sétimo posto com a fraca Alfa Romeo, seguido pelas Alpine de Ocon e Alonso e pela McLaren de Daniel Ricciardo.

Mas, para o Mar Laranja, nada disso importava. O foco total era na comemoração pela pole do ídolo local. Dia histórico para Zandvoort e para o automobilismo holandês, que veem pela primeira vez um piloto de casa cravar o melhor tempo em solo local na Fórmula 1. Curiosamente, o último pole na Holanda havia sido o atual sogro do próprio Verstappen, o brasileiro tricampeão Nelson Piquet.

As luzes vermelhas do grid se apagam amanhã, dia 05, às 10 horas. Por ser uma pista estreita e com poucas retas, uma boa largada tende a ser ainda mais importante que em outros circuitos. A rivalidade Verstappen-Hamilton, grande história da temporada 2021 da F1, promete mais um capítulo importante neste domingo.