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O GP de São Paulo selou a ligação de Lewis Hamilton com o Brasil de forma definitiva

14 nov 2021 - 19h16
(atualizado às 23h03)
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Lewis Hamilton: mais um brasileiro?
Lewis Hamilton: mais um brasileiro?
Foto: F1

Pode não ter sido a mais disputada da história. Mas vimos hoje em Interlagos o que alguns antigos diriam se chamar a “jornada do herói”. Outros dirão que não fez mais do que a obrigação tendo o carro que tem, acima de boa parte do pelotão. Entretanto, não se pode passar indiferente.

O fim de semana como um todo acabou sendo uma daquelas narrativas em ritmo crescente. O drama começou na sexta com a questão do aerofólio irregular, que só foi confirmado momentos antes da Sprint Race, que levou Hamilton a largar da última posição. A escalada feita nas 24 voltas mostrou que o inglês vinha determinado a não se dar por vencido ainda. A 5ª posição, que na verdade seria 10ª por conta da troca de um dos elementos do motor, foi o início da redenção.

O domingo acabou sendo mais impressionante. Na mistura de competência e sorte (afinal, as entradas dos Safety Car acabaram por ajudar a segurar as Red Bull), Hamilton já estava na 3ª posição na 5ª volta. E se colocou em condições de lutar efetivamente pela vitória. E hoje a Mercedes voltou a ser a Mercedes que conhecemos: acertou nas chamadas e trabalhou correto.

Não se pode diminuir o que Verstappen fez. O holandês foi estratégico na Sprint Race e atacou quando necessário na largada ao forçar a passagem sobre Bottas. A subida de Perez para a P2 deixou a Red Bull em condições de respirar. Mas logo ficou claro que Hamilton estava numa situação muito forte. E nisso mostrou o quanto Max cresceu como piloto. Vendo que o carro do seu concorrente estava muito rápido, conseguia se garantir no segundo setor da pista (Descida do Lago até a Junção), onde a Red Bull se saía melhor nas curvas.

Lewis Hamilton cada vez mais Luis Amilton
Lewis Hamilton cada vez mais Luis Amilton
Foto: F1 / Divulgação

Mas a vontade de vencer foi maior do que a de defender. Após uma tentativa na Reta Oposta em que Max e Hamilton foram para fora da pista, o inglês soube refazer a estratégia de ataque e não houve como segurar.  A ultrapassagem veio na Reta Oposta, na frente do público, inapelável.

A vitória veio e uma grande ovação tomou conta de Interlagos. Lewis se sentiu cada vez mais Luis pelo carinho vindo das arquibancadas. E quando parou para pegar a bandeira brasileira, aí foi impossível não ligar as imagens ao que aconteceu ali em 1991 e 1993. Naquele momento, Hamilton emulava o seu grande ídolo Senna. E talvez uniu de uma vez a sua identificação com o público brasileiro.

Confesso que, neste momento, tudo foi para o espaço. A emoção veio e sim, o lado torcedor falou mais alto. Falo com tranquilidade, pois, apesar de reconhecer a grandeza de Hamilton, ainda não o considero o maior de todos os tempos. Mas esta vitória, por tudo que aconteceu no final de semana, tem sim que ser colocada como uma das principais de sua carreira. Talvez esta tenha sido a sua Suzuka 1988 ou Donington 1993.

Pode até ser que Hamilton não vença o campeonato. Mas já garantiu as imagens mais icônicas deste campeonato em Silverstone e em Interlagos. E, caso conquiste seu oitavo título, se dê um caráter mais épico do que o seu primeiro título em 2008, assim finalmente dando razão para que escreva seu nome fortemente no topo dos pilotos da F1.

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