FIA investe na inclusão e preparação de pessoas para o esporte
As 6 Horas de São Paulo do FIA WEC contam com o Girls on Track e o FIA Career Shift para preparar os esportistas do futuro
A face mais clara para o grande público em relação à Federação Internacional do Automovel (FIA) são as corridas de automóvel, especialmente categorias como F1 e o FIA WEC. Porém, a entidade é muito mais do que isso. Além das competições, a FIA abrange questões relacionadas ao mundo do automóvel e mobilidade em geral.
Nos últimos anos, a FIA colocou em seu radar a questão da inclusão e desenvolvimento de talentos. Em um mundo em forte transformação, é preciso olhar além e mostrar que o mundo do automóvel é algo que merece ser desbravado e desmistificar sua complexidade, deixando claro que qualquer um pode fazer parte dele.
Criado pela FIA em 2019, o programa Girls on Track é voltado para o público feminino na faixa de 8 a 18 anos. O objetivo é aumentar a participação feminina no esporte a motor, não somente como pilotas. Além desta vertente, o programa também leva a aprender os vários aspectos do esporte, mostrando as diversas possibilidades de atuação.
Faiza Fahmida, responsável pela área de Impacto Social da FIA, esteve em São Paulo acompanhando as 6 Horas de São Paulo e as duas iniciativas da entidade desenvolvidas neste fim de semana. Além do Girls on Track, organizado com conjunto com a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), há a edição do FIA Career Shift.
Segundo Fahmida, o programa Career Shift, lançado no final de 2024, é uma evolução do Girls on Track, mas com uma atuação mais ampla entre gêneros. Para o Brasil foram escolhidas 50 pessoas, entre idades entre 16 e 24 anos, para que possa dar, nas palavras de Faiza, "um direcionamento" para esta faixa de publico encontrar o seu caminho na indústria do esporte.
O objetivo da FIA é também envolver as entidades locais para este tipo de trabalho para aumentar o alcance. Afinal de contas, um dos objetivos dar conhecimento e novas visões de mundo, não só se restringindo ao mundo do automóvel. Para se ter uma ideia, o Girls on Track em 2024 envolveu cerca de 2500 pessoas em 27 edições somente com a Formula E.
Fahmida fez questão de reforçar o papel das entidades locais nestes programas, dando o exemplo do trabalho realizado pela Confederação Brasileira, cuja comissão feminina é comandada por Bia Figueredo, e atua fortemente nas corridas locais, procurando levar meninas que já tenham algum envolvimento. E vem dando certo, pois várias acabam se engajando não só no mundo do automobilismo e mobilidade.
Além destes programas, a FIA também tem a sua própria universidade, além do FIA Fondation, que promove várias iniciativas de meio ambiente, segurança no transito e apoio à juventude. Para o futuro, há planos de novas iniciativas, mas Fahmida diz que o foco agora é expandir o Girls on Track e consolidar o recem nascido Career Shift. Mas sempre tendo o foco de ampliar ao acesso ao automobilismo e à mobilidade e criar cidadãos mais preparados ao mundo atual.